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Rede de hospitais e postos viabiliza consulta a distância

Expansão do sistema vai conectar 38 instituições universitárias do País


O Estado de São Paulo

Clarissa Thomé

05.08.2007


Uma rede que interliga hospitais universitários e postos médicos tem permitido que populações ribeirinhas do Alto Amazonas sejam acompanhadas por especialistas da Universidade de São Paulo (USP) ou que exames de ultra-sonografia de 60 pacientes de Cachoeiro de Itapemirim (ES) sejam avaliados por profissionais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), sem que os doentes precisem deixar a região em que vivem.

Agora, o governo anuncia a expansão da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), que abrangerá 38 hospitais universitários em todos os Estados.

A Rute começou em janeiro do ano passado, como um projeto do Ministério de Ciência e Tecnologia, com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Por meio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, internet rápida que interliga centros de pesquisa, alunos acompanham por videoconferência demonstrações, palestras e assistem a operações. Pacientes obtêm segunda opinião de especialistas ou submetem-se a uma junta médica a distância.

CONHECIMENTO UNIFORME

“Estamos tentando homogeneizar o conhecimento”, afirmou o gerente da Rute, Luiz Ary Messina. Na primeira fase da rede, com 19 hospitais universitários interligados, o investimento foi de R$ 6 milhões. Para a expansão, serão gastos mais R$ 7 milhões.

O estudante de Direito Renato Borba Medeiros Azevedo, de 26 anos, foi um dos beneficiados pela Rute. Mineiro de Pirapora, ele não encontrava tratamento para uma doença rara, a hiper-hidrose, que provocava transpiração excessiva. Soube da Rute e pediu ajuda pela internet.

O rapaz já passou por duas cirurgias no Hospital do Evangelho, em Belo Horizonte, que fizeram cessar a transpiração nas axilas e nas pernas. Ainda passará por nova cirurgia, para tratar do problema na barriga e nas costas. “Eu precisava trocar de roupa o tempo todo. Era um transtorno. Com certeza, se eu não tivesse encontrado a Rute, estaria até hoje sofrendo daquele incômodo sem nenhuma esperança”, afirmou o rapaz.

Além de melhorar o acesso a especialistas, a Rute também tem a vantagem de economizar com deslocamento para os hospitais de referência. No caso das 60 ultra-sonografias de Cachoeiro de Itapemirim, só para levar os pacientes até a Ufes seriam necessários R$ 30 mil.

Nessa próxima etapa, será possível o compartilhamento de prontuários eletrônicos e de resultados de exames entre os hospitais universitários e os centros de atenção primária à saúde. O lançamento da nova fase ocorreu na semana passada, durante o seminário “Os Hospitais Universitários e a Integração Educação, Saúde e Ciência e Tecnologia”, em Brasília.

fonte: http://txt.estado.com.br/editorias/2007/08/05/ger-1.93.7.20070805.14.1.xml?

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