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CT&I para o desenvolvimento social foi a tônica da plenária do CCT


Jornal da Ciência

27.06.2008


O tema ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento social foi o que mais levantou manifestações durante a 2ª Reunião Plenária do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) da Presidência da República, realizada no Palácio do Planalto, na tarde do dia 25, em Brasília.

A informação foi dada pelo presidente do Fórum de Secretários Municipais da Área de C&T e Presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), Silvio Ramos, em entrevista ao “Gestão C&T online”.

Silvio Ramos, representante do fórum, foi escolhido como coordenador da comissão para avaliar as ações do 4º eixo estratégico C,T&I para o Desenvolvimento Social do Plano de Ação Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social (Pacti).

Ao relatar o que foi discutido no período da manhã na comissão do 4º eixo, o presidente do Fórum de Municípios disse que uma das sugestões feitas pelo grupo é que mais conselheiros migrem para a comissão, que está composta apenas por cinco membros. “É preciso que outros conselheiros migrem para esta comissão e que entidades externas ao conselho possam vir para dar mais conteúdo a essa questão”, disse Ramos.

O coordenador ressaltou o fato de que, mesmo sendo o grupo com menor número de participantes, o tema é relevante na ótica de todos os membros do CCT. “Os próprios empresários, entendendo a necessidade de o Brasil se apropriar de conhecimentos e de tecnologias e que as transformem em inovação, estão certos de que nada disso tem valor estratégico se não estiverem garantidas as reduções das desigualdades e as oportunidades de que elas sejam apropriadas pelo conjunto da sociedade”.


Fundo


Entre as propostas da comissão do 4º eixo, está a de composição de um fundo específico para o atendimento às demandas na área social, na perspectiva da ciência e da tecnologia.

Outra sugestão é a de que o grupo se reúna mais vezes, antes da reunião já agendada para setembro, quando será realizada a próxima plenária do CCT.


Repercussão


O presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau, disse achar que cabe no Pacti uma visão mais voltada para o lado social. “O plano está sendo olhado muito sobre o foco econômico, mas o lado social é primordial.

Já Expedito José de Sá Parante, da Tecbio-Tecnologias Bioenergéticas, comparou o Pacti ao planejamento de outros países. “O nosso plano [Pacti] tem coração e vai ser um plano vetorial”. Para ele, a discussão na plenária do CCT foi positiva. “A discussão que estamos realizando hoje é muito feliz. O desenvolvimento econômico se volta muito para o PIB, mas no PIB 1 milhão de armas e 1 milhão de remédios é a mesma coisa. No PIB não há o social, não há o ambiental. Acredito que o nosso plano vá pelo caminho da humanidade”, ressaltou Expedito Parente.

Já o ministro da Ciência e da Tecnologia, Sergio Rezende, que presidiu a reunião, lembrou que o ministério lidava no passado com pesquisas avançadas, mas que no final da década de 1990 passou a se preocupar mais com as empresas e o seu papel foi sendo aperfeiçoado com as leis de Inovação e do Bem. “Mas a maior novidade do MCT é ter ações voltadas ao social, que está fora do ambiente acadêmico e do empresarial.” O ministro ainda ressaltou que recebeu com muita satisfação o interesse dos conselheiros em participarem com maior ênfase do lado social do Pacti.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, disse que, em sua opinião, há duas maneiras de o governo federal reforçar a área social. “Uma é que o MCT reforce a sua estrutura [nesta área]. A outra é que os ministérios que trabalham com o social tenham ações mais efetivas, e o Ministério da Saúde está fazendo isso”, afirmou.


Comissões


A comissão do 1º eixo estratégico do Pacti – Expansão e Consolidação do Sistema Nacional de CT&I - que tem o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Arquimedes Diógenes Ciloni, na coordenação, apresentou as seguintes propostas: o não contingeciamento dos recursos para o setor; a ampliação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e dos centros nacionais de alto desempenho. Também foi sugerida que sejam realizadas reuniões mais freqüentes das comissões do CCT.

A comissão do 2º eixo estratégico - Promoção da Inovação Tecnológica nas Empresas - tem como coordenador Rodrigo da Rocha Loures, mas, na ocasião, o relato foi feito pelo presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antonio Raupp.

Entre as sugestões do grupo está a necessidade de que o Pró-Inovação, programa de subvenção econômica da Finep, tenha uma conexão com a Confederação Nacional da Indústria (CNI); que os programas da Finep tenham modificações na abordagem; que os recursos sejam ampliados; que as pequenas e médias empresas recebam orientação e capacitação para melhor competirem nos editais da financiadora. Também foi sugerido que o governo estimule os empresários a trabalharem a gerência da inovação dentro das empresas.

Outra sugestão do grupo é que instituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) sejam agregadas ao debate.

Já a terceira comissão, referente ao 3º eixo estratégico – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Áreas Estratégicas – teve como coordenador Eduardo Moacyr Krieger, do Instituto do Coração/USP. Krieger informou que a comissão passou mais tempo pensando em como organizar o grupo para acompanhar as ações que correspondem ao 3º eixo. O grupo sugeriu que a comissão de coordenação oriente as equipes que estão trabalhando nos resultados para uma melhor organização e disponibilização das informações visando à próxima reunião que acontecerá em setembro.

A equipe de organização da reunião informou que os resultados do Pacti distribuídos aos conselheiros ainda serão trabalhados pela equipe interna do MCT e depois disponibilizados no site do ministério http://www.mct.gov.br.


(Fabiana Santos para o Gestão C&T online)

(Gestão C&T, 740)

fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=56972

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