| UFPB vai implantar a Telemedicina na ParaíbaAgência Nordeste 07.07.2008 JOÃO PESSOA - Imagine um médico do outro lado do mundo acompanhar, em tempo real, cirurgias, coordenar equipes, analisar exames e checar o estado de saúde de pacientes aqui da Paraíba. Ou ainda, um especialista de João Pessoa orientar, virtualmente, os procedimentos médicos de um hospital em Cachoeiras dos Índios, última cidade do Estado. Parece coisa de filme, mas essa realidade está mais próxima do que você imagina. De acordo com informações do JORNAL DA PARAÍBA, a partir de agosto, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) vai implantar no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) um projeto chamado Telemedicina, o primeiro a misturar Medicina Intensiva e Comunicação Digital no Brasil. A iniciativa possibilitará a transmissão de imagens, sons, exames e dados médicos entre profissionais de regiões geográficas bem distintas. O professor do curso de Medicina da UFPB e coordenador clínico do projeto, Sérgio Luz Domingues, explica que a Telemedicina abre um leque de possibilidades que vão desde a transmissão de informações a distância até o acompanhamento dos procedimentos cirúrgicos. O processo é todo feito no sistema digital, através da utilização de telas e filmadoras ligadas à conectividade banda larga, permitindo a comunicação em tempo real. Assim, profissionais e estudantes de Medicina de qualquer lugar do mundo podem acompanhar as operações e internações sem a necessidade de estar dentro do ambiente cirúrgico, que é um espaço bastante limitado e reservado, informa o médico. A idéia de desenvolver um projeto envolvendo Comunicação, Tecnologia e Medicina surgiu há seis anos, segundo Sérgio Luz, na época em que ele ainda trabalhava na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena. Após viajar a Paraíba visitando os hospitais de Guarabira, Patos, Campina Grande, Cajazeiras e Souza, o médico encontrou estruturas razoáveis, mas uma lacuna de especialistas capacitados nas unidades. São raros os profissionais especializados em Medicina Intensiva no interior do Estado, pois é uma área que pede uma formação muito longa e cara. São seis anos de estudos médicos, dois de residência em área básica (Clínica Médica, Anestesiologia ou Cirurgia Geral) e outros dois em Terapia Intensiva, justifica o coordenador do programa de residência da especialidade na UFPB. Então, tivemos a idéia de ampliar o modelo que estava sendo desenvolvido na UTI do Hospital de Trauma para outras instituições do Estado, pensando em suprir a falta de especialistas em um dos setores mais críticos e importantes do hospital, onde são tratados os pacientes em estado mais grave, completou Sérgio Luz. O especialista conta que a partir daí foi iniciado o plano de aproveitar a Tecnologia da Informação para orientar médicos que atuavam nas cidades do interior. Na época, o primeiro passo foi utilizar a rede de computadores, mas a equipe acabou esbarrando nas dificuldades de conectividade dos outros hospitais. O projeto acabou indo parar na gaveta, lembra o médico. A idéia, contudo, foi retomada há dois anos, no Hospital Universitário Lauro Wanderley. O antigo projeto foi reformulado em parceria com o Departamento de Informática da UFPB, que desenvolveu um plano conjunto para inscrição nos programas de financiamento da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), na área da Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), que interliga todos os hospitais universitários da rede pública de ensino. Inicialmente, as redes convidaram 20 hospitais e cada um apresentou um projeto diferente. O nosso, de Telemedicina Intensiva, foi um dos aprovados e recebeu equipamentos na ordem de R$ 250 mil, investimento que proporcionou a estruturação da rede do HU, criando as ferramentas necessárias para o desenvolvimento do projeto, acrescenta Sérgio Luz. É uma aplicação que vale a pena. Agora, em vez de trazer um profissional de fora para apresentar uma palestra ou treinamento, por exemplo, pagando despesas com passagem, hospedagem, alimentação e transporte, a capacitação profissional pode sair a um custo baixíssimo, basta acionar a videoconferência, compara. fonte: http://www.agencianordeste.com.br/index.php?idtipo=1&id_noticia=10834&id_rastro=UFPB |