| Efeito Serjão na redeO Globo Mônica Tavares 10.07.2008 BRASÍLIA e RIO. A privatização da telefonia não foi a única revolução nas comunicações brasileiras da última década. Tão importante quanto foi a decisão do então ministro das Comunicações, Sergio Motta, de derrubar o monopólio da Embratel sobre o provimento de internet no Brasil. Considerado prestação de serviço, o acesso à rede ficou fora da Lei Geral de Telecomunicações e foi vetado às operadoras. Como resultado, o mercado passou de um a mais de 1.200 provedores. Ex-presidente do Comitê Gestor da Internet, Ivan Moura Campos relembra que Serjão - como o falecido ministro era chamado - tinha claro que, se as teles surgidas com a venda da Telebrás e suas posteriores concorrentes monopolizassem o serviço, nunca haveria provedores independentes, o que restringiria a competição. - Foi um mérito de Serjão a internet como existe atualmente, sem amarras - concorda Edmundo Matarazzo, consultor e ex-superintendente de Serviços de Universalização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Como a infra-estrutura necessária era cara, o governo pôs à disposição dos provedores a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), criada em 1989, presente em todo o país. A internet comercial surgiu no Brasil em 1995. Quando assumiu, Motta era contra a privatização, por considerar o setor estratégico, lembra Luiz Carlos Mendonça de Barros, seu sucessor. Mas foi convencido diante dos investimentos necessários. - Por ser engenheiro, ele gostava de ir no detalhe, por isso a lei tem dezenas e dezenas de artigos. Como homem político, tinha muita autoridade junto ao presidente e liderou o trabalho de convencimento, no Congresso, para a privatização - conta Mendonça de Barros. Na privatização, a oferta da banda larga (internet de alta velocidade) ficou sob monopólio da Embratel. As outras entraram cinco anos depois. A Anatel estima que o país terá 160 milhões de usuários de banda larga até 2018, sendo 120 milhões pelo celular, com a terceira geração (3G) da telefonia. Mas Matarazzo adverte que o 3G não foi pensado para o pré-pago - maioria dos celulares no país - e defende a gratuidade da internet. COLABOROU Luciana Rodrigues fonte: http://www.oglobodigital.com.br/flip/request.php?rs=getMateria&rsargs%5b%5d=7ecb3a865c5417e98e282a6f2ba52c4b |