| UFRJ discute uso de TIC em educaçãoPesquisadores colaboram com parceiros na Europa e Canadá No dia 20 de maio, a Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) promoveu o I Seminário de Estudos em Linguagem, Educação e Tecnologia (Lingnet). O tema central foi o uso das novas tecnologias da informação e comunicação no ensino, principalmente no ensino de línguas. Participaram 170 pessoas, incluindo alunos, professores e pesquisadores das áreas de Lingüística Aplicada, Ensino-Aprendizagem de Línguas e de Literatura, Educação a Distância, Informática na Educação, Comunicação, Recursos Humanos, entre outras. Como prévia do seminário, organizou-se o curso "Ferramentas de Busca Para Fins Acadêmicos", realizado entre os dias 16 e 19 de maio, via Web. Um outro curso, em CD-ROM, pôde ser adquirido no momento da inscrição: "Introdução à Educação a Distância e ao Ensino de Línguas On-line". O evento propriamente dito foi dividido em mesas-redondas e comunicação de trabalhos de pesquisa. Foram apresentadas experiências que estão sendo conduzidas por pesquisadores, estudantes e profissionais em diferentes cidades brasileiras, como Florianópolis, Porto Alegre, Uberlândia, Maringá, Vila Velha, Niterói e Campos, além do Rio de Janeiro. Durante a mesa de abertura, a professora Kátia Cristina do Amaral Tavares, organizadora do evento, apresentou o projeto Lingnet. Desenvolvido no âmbito do Programa Interdisciplinar de Lingüística Aplicada da UFRJ, o projeto pretende investigar a interação e a prática discursiva em contextos multimidiáticos e digitais, especialmente no campo do ensino e aprendizagem. Tavares falou sobre o curso on-line "Ferramentas de Busca para Fins Acadêmicos", que ela ministrou em parceria com o professor José Paulo de Araújo, consultor do Lingnet e responsável pelo curso em CD-ROM. A coordenadora do seminário também apresentou o portal do Lingnet, que pretende reunir artigos, calendário de eventos, periódicos eletrônicos e palestras, entre outros recursos que facilitem a pesquisa e promovam o intercâmbio. Colaboração Brasil-UcrâniaAinda na mesa de abertura, a professora Sonia Zyngier apresentou o projeto Redes (Research for the Development of Empirical Studies), que coloca em colaboração pesquisadores do Brasil, Canadá, Alemanha, Itália, Holanda e Ucrânia. Entre outras coisas, o Redes oferece fóruns de discussão on-line, facilitando a troca de experiências e a realização de projetos em conjunto. Um exemplo desses projetos de estudo multinacionais foi relatado pela mestranda Alessandra Mitie Spallanzani, da UFRJ. Ela está levando para a Ucrânia uma experiência de ensino de literatura no meio digital. A interação com a pesquisadora ucraniana é feita através do portal do Redes. Também participaram da mesa de abertura as professoras Maria Cecília de Magalhães Mollica e Maria José Pereira Monteiro, ambas da UFRJ. Mollica mostrou um CD-ROM interativo usado no ensino da língua portuguesa e falou sobre técnicas de ensino do português formal a partir da experiência da língua falada. Monteiro falou no projeto Alefe (Alemão para Fins Específicos), que produz material didático destinado a bolsistas selecionados para programas de estágio em universidades, institutos de pesquisa e empresas alemãs ("bolsa-sanduíche"). O Alefe também pretende catalogar textos alemães representativos das Ciências Humanas, além de outras atividades relacionadas à análise do uso específico do idioma alemão e da interação em contextos institucionais. Em seguida à mesa de abertura, a professora Tânia Saliés (Uerj/PUC-Rio) ministrou a palestra "Práticas de linguagem e a vida na sala de aula virtual: o que está de fato em jogo?". Para a segunda mesa-redonda do seminário foram convidados profissionais e pesquisadores do curso de idiomas Cultura Inglesa, do Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ (NCE), do Laboratório de Pesquisa em Tecnologias da Informação e da Comunicação da UFRJ (Latec) e da Eletrobras. Guilherme Pacheco, da Cultura Inglesa, mostrou alguns dos recursos usados pela instituição em seus cursos via Web, como o chat de voz. Marcos Elias, do NCE, falou sobre a Plataforma Interativa para Internet (PII), uma interface simplificada para construção de cursos on-line. Cristina Haguenauer apresentou os projetos de educação a distância do Latec. E William Barreto narrou a experiência da Eletrobras na formação de uma universidade corporativa na Internet. "Aluno on-line é mais exigente"À tarde, divididos em quatro auditórios da UFRJ, foram apresentados os 28 trabalhos selecionados. Abordaram-se diversos assuntos relacionados ao uso das tecnologias da informação e comunicação na educação, como a interação via rede, softwares de ensino, capacitação de professores para uso das novas tecnologias, experiências com e-mail, chat, portais, blogs etc. Em relação ao ensino on-line, algumas conclusões de pesquisadores são interessantes. A professora Izabella Saadi, da Universidade Anhembi Morumbi diz que o curso virtual exige maior dedicação do aluno do que o curso presencial. Isso porque, como muitas vezes não há um horário fixo, é preciso que o aluno on-line imponha-se uma disciplina que já é natural para quem precisa estar presente em uma sala de aula real em um determinado horário. Saadi acredita também que haja maior interação entre aluno e professor e que o estudante acabe por participar mais intensamente na construção do conhecimento no ambiente virtual. Segundo Izabella Saadi, as expectativas dos alunos em relação ao conteúdo oferecido no ensino on-line é que ele seja melhor do que o material didático usado no ensino presencial. Kátia Tavares, diz que "o seminário obteve avaliação excelente dos participantes", atingindo plenamente os objetivos de divulgar projetos e proporcionar oportunidades de intercâmbio entre pesquisadores e professores de diferentes instituições. A organizadora do evento promete novidades para a segunda edição do Seminário Lingnet, previsto para maio de 2006: — A duração deverá ser ampliada para dois dias, com a oferta de minicursos presenciais, além dos cursos a distância já oferecidos na primeira edição, para melhor atender à demanda dos participantes. Além disso, lançaremos a Revista Eletrônica de Estudos em Linguagem, Educação e Tecnologia, que incluirá trabalhos selecionados do I Seminário Lingnet — avisa Tavares. A UFRJ é uma instituição usuária primária da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e está conectada à Internet acadêmica brasileira de alto desempenho através da Rede Rio, infra-estrutura de rede mantida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj). A RNP é financiada pelos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, sob contrato de gestão com este último. [RNP, 03.06.2005] | Notícias relacionadas: Defesa de dissertação pela rede da RNP Videoconferência estimula cooperação internacional [RNP, 18.11.2003] |