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União Européia disponibiliza recursos para projetos em grids

Videoconferência entre países de Clara e da União Européia divulga chamadas de projetos para a América Latina

No dia 24 de junho, as redes acadêmicas do Brasil, Chile, Argentina, México, Peru, Uruguai e Guatemala, membros de Clara, estavam focadas em um mesmo ponto: a divulgação de chamadas de projetos pelo FP6 (6th European Union Framework Programme for Research and Technological Development) ou Sexto Programa Marco, como foi trazido para o português. A reunião, batizada de Virtual Information Day, foi realizada por videoconferência.

Florêncio Utreras, diretor-executivo de Clara, convocou os demais membros da rede a participarem das palestras dos representantes do FP6 e solicitou colaboração da RNP. Diretamente da Bélgica, os europeus puderam apresentar as áreas dos projetos através de uma videoconferência coordenada pela RNP, uma vez que o Brasil possui boa conectividade com os demais países de Clara. Utilizando seu MCU (Multipoint Control Unit), a organização fez uma chamada ISDN (Integrated Service Digital Network) para a União Européia usando uma sala virtual (ponto de concentração das chamadas) para que os países participantes pudessem se conectar por IP. A reunião,que teve duração de aproximadamente uma hora e meia, também foi transmitida para toda a Internet pela RNP via stream e distribuída pela Argentina e pelo Chile para pontos internos em seus países através de cascateamento de MCU.

Os projetos que serão financiados pertencem a duas áreas específicas, Research Infrastructures (RI) e Information Society Technologies (IST). Com orçamento de 55 milhões de euros, RI financiará iniciativas em grades computacionais (grids), focadas em qualidade na produção e infra-estruturas de softwares. A chamada foi aberta em 11 de maio e termina em 8 de setembro. Já para STI, o FP6 disponibilizará 18 milhões de euros para apoiar projetos destinados às redes que servem de plataformas de testes (Research Networking Test-beds). Com chamada aberta até o dia 21 de setembro, os projetos devem priorizar tecnologias ópticas, de grade e de segurança; mudanças no cenário mundial; problemas encontrados pelos usuários; tecnologia e serviços para atividades conjuntas; e infra-estruturas de aparelhos de teste.

O Framework Programme for Research and Technological Development (FP) é o principal instrumento financiador da União Européia e a base da European Research Area (ERA). Criado pela própria UE e adotado pelo Parlamento Europeu, atua desde 1984 com o objetivo de reforçar a competitividade da indústria científica e tecnológica internacional, promovendo atividades de pesquisa de suporte a outras áreas da UE. O FP só financia projetos que envolvam dois ou mais países e que possuam parceiros europeus e não utiliza recursos de organizações ou companhias de pesquisa.

Projeto em parceria com a RNP foi aprovado pelo FP6

Essa não foi a primeira vez que a RNP teve contato com o FP6 neste ano. Em março, a organização, em parceria com outras instituições de ensino e redes acadêmicas, submeteu à Comissão Européia o EELA (E-infrastructure shared between Europe and Latin America), projeto internacional em grids entre a América Latina e a Europa.

Na chamada, encerrada no dia 17 de maio, a FP6 disponibilizou um total de 25 milhões de euros para projetos em Research Infrastructures. Depois de analisado, o projeto foi aprovado no dia 23 de junho e aguarda a preparação de documentos para assinatura do contrato entre seus parceiros. O EELA visa à extensão de recursos do projeto EGEE (Enabling Grids for E-science in Europe). A idéia é desenvolver e aprimorar aplicações em e-learning, biomedicina e física; criar uma rede em grids, E-ciência e E-infraestrutura e integrar centros de pesquisa do México, Brasil, Cuba, Chile, Portugal e Espanha para a infra-estrutura de EGEE, que atende 70 instituições em 27 países.

[RNP, 05.07.2005]