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Rede Wi-Max conecta instituições de ensino em Ouro Preto

Projeto tem apoio da RNP, da Intel e do MEC


Ouro Preto entra mais uma vez para a História. A cidade, considerada patrimônio cultural da humanidade pela Unesco, está vivendo uma experiência pioneira no país: a implantação de uma rede Wi-Max de longo alcance. Estão conectadas três escolas públicas estaduais e duas municipais; a Biblioteca Pública Municipal de Ouro Preto; as secretarias municipais de Planejamento e de Saúde; e o Laboratório de Redes de Computadores do Departamento de Computação da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Posteriormente, serão ligadas mais três escolas municipais e duas estaduais, usando-se Wi-Fi ligado à rede Wi-Max.

A coordenação executiva do projeto ficou a cargo do professor Américo Tristão Bernardes, do Departamento de Física da Ufop. Bernardes também é representante do Ministério da Educação (MEC) no Conselho de Administração da Associação Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e ex-diretor da Secretaria de Educação a Distância do MEC.

Rede experimental

Tudo começou em junho de 2004, quando foi firmado um acordo entre a Intel e o MEC para conexão de escolas à Internet com tecnologia sem fio. O ministério convidou a RNP a participar do projeto e, dois meses depois, realizou-se um treinamento em Brasília. Uma primeira experiência foi feita na capital federal no último trimestre de 2004, abrangendo uma área com um raio de 35 Km. Foi uma prévia do que aconteceria em Ouro Preto.

A instalação dos equipamentos na cidade mineira ocorreu em março de 2005. Havia algumas razões para a escolha do local: por ser um patrimônio histórico brasileiro, existe uma série de normas que restringem a intervenção local, dificultando a instalação de fibras subterrâneas. Além disso, a topografia acidentada da cidade, construída em cima de morros, dificulta a comunicação por meio de antenas que necessitem de visada. Com isso, Ouro Preto não possui conexões de banda larga em grande escala.

Rede de produção

A fase experimental do projeto encerra-se este mês. Foram usados equipamentos das empresas Aperto e Alvarion, operando em 3,5 GHz, uma freqüência não-pública, graças a uma concessão temporária da Anatel. Na nova etapa, que começa em outubro de 2005, a rede Wi-Max de Ouro Preto deixa de ser um projeto e passa a ser uma rede de produção, funcionando em uma freqüência pública – 5,8 GHz –, o que representa um novo desafio, como conta o professor Carlos Frederico Cavalcanti, responsável pelo Laboratório de Redes de Computadores do Departamento de Computação, que está coordenando os trabalhos de pesquisa deste projeto junto com alunos da Ufop:

— O equipamento Wi-Max, usando a freqüência pública de 5,8GHz e concorrendo com uma sorte de outros equipamentos, teve seu desempenho afetado significativamente. Estamos ainda avaliando o novo equipamento, nesta freqüência.

A rede foi configurada para ter duas saídas para a Internet: uma, via RNP, para instituições de ensino e pesquisa ("rede educacional"); outra, via operadora de telecomunicações, para outras organizações ("rede comercial"). Na primeira frente, a RNP ampliou a capacidade da conexão da Ufop ao backbone nacional acadêmico para 34 Mbps, viabilizando o acesso externo sem comprometer o projeto. Na outra ponta, a Telemar emprestou dois links de 2 Mbps para o acesso comercial.

Embora possa-se esperar da tecnologia Wi-Max uma taxa de transmissão nominal de 75 Mbps, durante o piloto em Ouro Preto atingiu-se uma taxa efetiva em torno de 14 Mbps, o que, em muitos casos, não é pouco para uma conexão ponto a ponto.

— Devemos considerar que a taxa de 75 Mbps é alterada por vários fatores, tais como freqüência de operação, possibilidade ou não de visada, distância e, finalmente, o próprio estágio de desenvolvimento da tecnologia. O equipamento Wi-Max cobrindo grande distância implica em taxas de transferência menores — explica Cavalcanti.

Parcerias

O projeto Ouro Preto: Cidade Digital é fruto da parceria de diversas organizações públicas e privadas. A Intel, uma das líderes do projeto internacional Wi-Max, cedeu equipamentos de redes e microcomputadores. A Secretaria de Educação a Distância do MEC entrou com mais 50 máquinas para serem instaladas em cinco escolas municipais. A RNP emprestou equipamentos e está viabilizando a conexão de outras cinco escolas públicas por Wi-Fi. A prefeitura de Ouro Preto deu apoio em todas as ações do projeto, possibilitando a implantação do mesmo nas escolas. O Cefet Ouro Preto está dando apoio logístico e a empresa Barroco Informática está procurando estabelecer um modelo de negócios auto-sustentável para a rede. Também colaboraram os já citados fabricantes de equipamentos Alvarion e Aperto; a Telemar; e a Anatel.

— O papel dos parceiros foi de extrema importância para o sucesso do projeto. Sem o apoio institucional, da direção e dos técnicos envolvidos de cada parceiro, este projeto seria inviável — diz o professor Carlos Frederico Cavalcanti. — A RNP teve um papel decisivo no desenvolvimento do projeto. Ela participou da elaboração inicial, quando foi proposta a criação de pilotos de redes comunitárias e buscou-se uma tecnologia que pudesse atender comunidades menores. Além disso, contemplou o aumento do link e cedeu temporariamente equipamentos. Cremos que sem o apoio deste importante parceiro, o projeto não teria a mesma visibilidade e os objetivos seriam mais difusos — completa.

[RNP, 27.09.2005]

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data: 02.06.2005