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RNP inaugura Escola Superior de Redes

Abertura do 11º SCI reúne autoridades do MCT e do MEC

No segundo dia do 11º Seminário RNP de Capacitação e Inovação (SCI) foi inaugurada a Escola Superior de Redes, iniciativa da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa na área de capacitação. A idéia da Escola surgiu a partir da percepção de que havia uma carência de profissionais capacitados para atuar na área de tecnologias da informação e comunicação (TIC) no país.

Como registrou Marta Pessoa, diretora de Aplicações e Relacionamento com Clientes, esta carência deve-se "não a uma falta de cursos superiores em informática, engenharia da computação e similares, mas à crescente demanda do mercado e à exportação de mão-de-obra nacional para mercados estrangeiros." A Escola veio para complementar o aprendizado acadêmico e reciclar profissionais que já atuam no mercado. O setor de TIC está em expansão e os equipamentos e tecnologias são renovados a todo o momento. O diretor-geral da RNP, Nelson Simões, ressalta que o desafio de treinar profissionais capazes de enfrentar estes desafios exige a articulação de mais universidades, escolas e laboratórios.

A inauguração da Escola ocorreu durante a cerimônia de abertura do 11º SCI, da qual também participaram representantes dos ministérios da Educaçãoo e da Ciência e Tecnologia; da diretoria da RNP; da Andifes; da Dell; da UnB; e do Ibict. A primeira mesa foi composta pelos diretores geral e de Operações da RNP, Nelson Simões e Alexandre Grojsgold, respectivamente. Nelson falou sobre as perspectivas da RNP para o próximo quadriênio, destacando a integração de diversas comunidades novas à rede nacional acadêmica. Segundo o diretor-geral da RNP, é importante promover a inovação no uso da rede e não a inovação pela inovação. Em seu discurso, Nelson ressaltou os benefícios que a rede avançada operada pela RNP traz para o país em diversas áreas do saber, como na astronomia, na física, na biotecnologia e outras.

Alexandre Grojsgold apresentou a rede Ipê, nova infra-estrutura óptica que a RNP começou a implantar este mês. Esta rede possui enlaces que chegarão a 10 Gbps, atendendo às demandas por recursos de rede e aprimorando o suporte a aplicativos interativos. A rede Ipê está no mesmo patamar de outras redes avançadas no mundo, tais como Internet2 (EUA) e Géant2 (Europa). No Brasil, esta é a primeira rede de produção com esta capacidade. O diretor de Operações lembrou que, para que a capacidade gigabit chegue às instituições, estão sendo implantadas redes comunitária de educação e pesquisa em todos os estados brasileiros. Esta iniciativa, chamada Redecomep, pretende implantar 27 redes ópticas de alcance metropolitano e capacidade gigabit.

A ação da RNP e o desenvolvimento científico nacional

A segunda mesa deste dia 25 de outubro contou com a presença de autoridades do governo e das instituições de ensino superior. O professor José Ivonildo do Rego, reitor da UFRN e presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Andifes, disse que a organização que ele preside deseja trabalhar conjntamente com a RNP, trazendo as demandas específicas das instituições de ensino superior em cada região do país e apontando as prioridades. Uma das preocupações expostas por Ivonildo está relacionada à conectividade de última milha, isto é, à capacidade dos enlaces que chegam às universidades e da própria rede de campus. Neste sentido, além da iniciativa Redecomep, está-se buscando junto ao governo uma maneira de atualizarem-se as redes de campi.

Jairo Jorge, secretário-executivo do Ministério da Educação lembrou o papel da RNP para que o país chegasse ao atual estágio de desenvolvimento de C&T. De acordo com o secretário, o Brasil é o décimo-sétimo país no ranking de produção científica. Ele ressaltou que a infra-estrutura e os serviços de rede da RNP "é chave para o desenvolvimento de áreas como telemedicina e educação a distância". Jairo Jorge falou do papel do Estado como indutor do desenvolvimento e da promoção do conhecimento e parabenizou a RNP pelo passo "ousado e importante" que dá ao inaugurar a Escola Superior de Redes.

O último palestrante da mesa foi o secretário-executivo do Minstério da Ciência e Tecnologia, Luis Fernandes, que lembrou a trajetória da Internet acadêmica brasileira, desde a rede Bitnet até a Ipê, a qual, segundo ele, "coroa a trajetória" da RNP. Luis Fernandes afirmou que a parceria do MCT com o MEC para a manutenção do programa interministerial Rede Nacional de Ensino e Pesquisa é um paradigma para as atividades dos dois ministérios, uma "parceria-símbolo", em suas palavras. O secretário-executivo falou que a estratégia do MCT está calcada no tripé expansão, consolidação e integração do sistema de C&T nacional. Segundo Luis Fernandes, a RNP está no coração desta estratégia. O representante do MCT concluiu falando sobre o papel de ponta de lança da RNP na articulação das redes avançadas da América Latina, através da iniciativa Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas (Clara) e parabenizando a RNP pelas ações que vem desempenhando e pelos resultados que vem obtendo ao longo dos seus 16 anos de existência.

Escola Superior de Redes inaugura unidades nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste

A última mesa do dia reuniu os parceiros da Escola Superior de Redes em Brasília: RNP, Universidade de Brasília (UnB), Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e Dell Computadores. Além da unidade do Distrito Federal, foram inauguradas hoje as unidades da Escola em João Pessoa (PB) e Rio de Janeiro (RJ).

A metodologia dos cursos da Escola Superior de Redes da RNP está calcada em atividades práticas de laboratório, procurando aproximar a experiência da sala de aula das realidades enfrentadas no dia-a-dia profissional. O material didático inclui textos teóricos e roteiros de atividades preparados por especialistas especialmente contratados.

Reunião do comitê de usuários

Na tarde de hoje, foi realizada a reunião de instalação do comitê de usuários da RNP. A função do comitê é representar a comunidade de usuários da rede nacional acadêmica junto à RNP. Com isso, espera-se tornar a comunicação entre a instituição que opera a rede e seus usuários mais fluida, facilitando a implementação de ações que se traduzam em melhores serviços para os pesquisadores, professores e alunos nas organizações de ensino e pesquisa conectadas à rede Ipê.

Amanhã as atividades do 11º SCI se estenderão até 21h (horário de Brasília). A programação matutina incluirá palestras sobre a Redecomep, a rede Ipê e a experiência da UFMG e da UFBA com diretórios. À tarde, prosseguem os cursos sobre segurança, VoIP, vídeo digital e tópicos sobre conectividade básica. Fechando a noite, haverá uma plenária de bate-papo com os técnicos do Centro de Engenharia e Operações da RNP. Todas as palestras estão sendo transmitidas pelo endereço http://gtvd.rnp.br/d-webtv.jsp?id=sci2005.

[RNP, 25.10.2005]