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RNP planeja upgrade de 2,5 gigabits para backbone

Jornal do Commercio

06.04.2005

A idéia de uma rede dedicada a fins específicos, de alto desempenho e livre dos gargalos comuns à internet é bem mais antiga do que a estrutura paralela proposta agora pela UNBnet. Desde 1989, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), responsável pela consolidação da internet pública no Brasil, trabalha para prover conexão de altíssima velocidade a instituições de todo o País para possibilitar o intercâmbio de informações e testes de aplicações avançadas de rede.

Com enfoque diferente do modelo comercial da internet e da UBNnet, a RNP se prepara em 2005 para dar um salto decisivo: a evolução do backbone RNP2 hoje presente nos 27 Estados da federação para a tecnologia giga, passo este que desencadeará uma série de iniciativas. A migração, prevista para o fim do primeiro semestre, permitirá de saída o tráfego de dados via fibra óptica a velocidades de 1 a 2,5 gigabits, desempenho em alguns casos mais de 30 vezes superior ao atual.

Para se ter uma idéia, o ponto de presença de Pernambuco opera a 34 Mbps. “Trafegamos hoje textos e imagens, estas em menor fluxo. Para vídeo, há limitação”, diz Cláudio Pinto, coordenador administrativo do PoP-PE, localizado no Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep).

Entre outras vantagens, o aumento de velocidade permitirá o desenvolvimento de aplicações avançadas, como multimídia, geoprocessamento, TV digital, ensino a distância, interatividade em tempo real, telemedicina, videoconferência e voz sobre IP, que necessitam de um ambiente de alto desempenho, não oferecido pela internet comum, por exemplo.

“Muitas aplicações já existem, mas há o empecilho físico para se progredir”, diz Cláudio Pinto, lembrando que boa parte das pesquisas e experiências acadêmicas desenvolvidas na RNP acabam sendo transferidas para o ambiente de produção comercial, para serem aplicadas em larga escala como aconteceu com a própria internet. Daí a importância da rede.

Associada à evolução da RNP2, está a criação de redes metropolitanas em cada uma das capitais brasileiras. “O objetivo é interligar instituições de ensino e pesquisa locais para que interajam e desenvolvam conjuntamente aplicações de interesse de cada Estado”, explica a pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e colaboradora da RNP, Lúcia Melo.

Em Pernambuco, o consórcio é encabeçado pela Universidade Federal (UFPE), Itep e Centro de Tecnologia Estratégica do Nordeste (Cetene). “Ainda estamos articulando uma agenda comum, mas a UFPE se prepara para ter projetos que aproveitem os recursos potenciais da tecnologia, assim que a rede giga chegar”, diz o diretor do Núcleo de Tecnologia da Informação da UFPE, José Queiroz.

Além dessas três entidades, já são conectados à RNP o Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco (Cefet-PE), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA), Faculdade Marista Recife, Fundação Gilberto Freyre (FGF), Fundaj, Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Assim como interliga redes institucionais e regionais, a RNP também provê conexão internacional, como a mantida com a rede acadêmica da América Latina, administrada pela Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas (Clara).

Financiada pelos ministérios de Ciência e Tecnologia (MCT) e da Educação e Cultura (MEC) e administrada pela organização social RNP, a rede RNP2 tem cerca de 800 usuários no Brasil, distribuídos por 200 instituições, entre organizações de ensino e pesquisa públicas e privadas, escolas técnicas e hospitais.

A qualificação das organizações usuárias é feita por uma comissão formada por membros do Comitê Gestor do Programa Interministerial de Implantação e Manutenção da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa segundo critérios estabelecidos na política de uso da rede.(M.L.D.)

fonte: http://jc.uol.com.br/jornal/2005/04/06/not_132341.php