![]() | Conhecimento em alta velocidadeZero Hora Elton Werb 21.11.2005 Uma apresentação de balé precisa ser muito bem ensaiada. Os bailarinos devem conhecer os seus movimentos, saber o que outros bailarinos vão fazer, estar sincronizados com o tempo da música. Imagine então um espetáculo em que metade dos dançarinos estivesse em Brasília, a outra metade em Salvador, na Bahia (a 1,5 mil quilômetros de distância), e a música fosse executada em João Pessoa, na Paraíba (a 2,3 mil quilômetros). Só o tempo que o sinal das imagens e do som levaria viajando entre essas cidades impediria qualquer sincronização da dança. Ainda mais se fosse transmitido pela Internet (que não prima exatamente pela rapidez). Não foi à toa, portanto, que a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que interliga diversas instituições de ensino e pesquisa do país, escolheu justamente este tipo de apresentação para mostrar o potencial da nova infra-estrutura de sua rede acadêmica, a Ipê. O espetáculo ocorreu na última quarta-feira, na capital federal, durante a 3º Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia. - A rede Ipê é um marco tão grande para o país como foi a chegada da Internet em 1992 - compara o diretor-geral da RNP, Nelson Simões. A rede Ipê é um tronco de fibra óptica que sai de Porto Alegre e se estende até Fortaleza, no Ceará, com capacidade de transmissão de dados de até 10 gigabytes. Essa velocidade é entre cem a mil vezes superior às redes atualmente disponíveis. Ela vai interligar as principais instituições científicas do país (universidades, centros de pesquisa). Também permitirá acesso a instituições científicas internacionais. A conexão permitirá que professores participem de reciclagens, universitários tenham acesso a um volume muito maior de informação, médicos possam fazer diagnóstico à distância em conjunto com outros especialistas e até mesmo acompanhar cirurgias completas. Até o comando do telescópio Soar, do qual o Brasil é um dos donos, será feito via rede Ipê. - Com a rede, nossos professores e estudantes não terão mais limites de fronteiras para realizar suas pesquisas. Vamos interligar todos os campi do país e também os de instituições estrangeiras. No caso do Soar, qualquer astrônomo poderá trabalhar com o telescópio, que fica no Chile, sem sair do Brasil - diz Simões. Numa primeira etapa, apenas Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Brasília terão acesso aos 10 gigabytes da rede Ipê. O critério de escolha, segundo Simões, levou em conta a produção científica e a infra-estrutura disponível nestas cidades. - Daqui a quatro anos estaremos em todo o Brasil - garante. No Estado, a rede é ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mas praticamente todas as grandes universidades gaúchas (e seus professores e alunos) terão acesso à rede Ipê. fonte: http://www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/jsp/default2.jsp?source=a1010847.xml |