A evolução da rede acadêmica: rumo ao
interior e ao exterior
A evolução da rede acadêmica nacional, a rede Ipê, foi tema da
palestra ministrada no final da manhã desta terça-feira (1/5). A
visão da RNP sobre o tema foi apresentada pelo diretor de Engenharia
e Operações, Eduardo Grizendi, apresentou o plano de atualização da
infraestrutura; o gerente de Redes para Experimentação, Alex Moura,
o serviço experimental Cipó; e o diretor de Pesquisa e
Desenvolvimento, Michael Stanton, os recursos destinados à
cooperação internacional.
Grizendi afirmou que o grande desafio da RNP para os próximos anos
é interiorizar a infraestrutura acadêmica nacional. “É a
caipirização (sic) do nosso backbone”, brincou. Para isso, a
RNP está desenvolvendo a iniciativa Veredas Novas, que visa conectar
em alta velocidade as reitorias e campi das Universidades e dos
Institutos Federai até 2014.
“Os ministérios da Educação, Ciência Tecnologia e Inovação e
Comunicações estão envolvidos no projeto, além da Telebras, Oi e
inúmeros parceiros regionais. Queremos chegar, com velocidade de 100
Mb/s, a todas as regiões usuárias do interior até esta data”,
disse.
Ele revelou ainda que a RNP vai renovar suas conexões
internacionais para a América do Norte este ano e que também há um
esforço no sentido de conectar o Brasil à Argentina e ao Uruguai.
No que tange as aplicações que aumentam a eficiência da rede Ipê,
em 2011, a RNP iniciou a operação do Serviço
Experimental de Circuitos Aprovisionados Dinamicamente (SE-
Cipó). O objetivo é possibilitar que circuitos fim a fim, ou
lightpaths, sejam aprovisionados na rede Ipê sob demanda de
maneira automática, em substituição ao tradicional aprovisionamento
manual.
“A configuração manual é lenta, sujeita a erros e não possui
escalabilidade. A ideia é que o SE-Cipó seja um serviço simples de
operar e não demande muitos recursos humanos. Queremos também que
esses circuitos possam ser facilmente agendados pelos usuários por
meio de uma interface web. E, além de chegar aos Pontos de Presença
da RNP (PoPs), queremos chegar aos laboratórios dos pesquisadores,
para que eles mesmos configurem os circuitos aprovisionados”,
explicou Alex Moura.
Michael Stanton exemplificou o aprovisionamento dinâmico de
circuitos dizendo que os físicos da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ) acessam o European Organization for Nuclear
Research (CERN) graças à aplicação, que torna possível o
processamento de dados em grade (grid). Também citou um
projeto de colaboração que usa a aplicação, o FIBRE (Future
Internet Testbeds / Experimentation Between Brazil and
Europe), criado para projetar, implementar e validar uma
infraestrutura compartilhada para realizar pesquisa experimental em
IF, para atender o uso conjunto por pesquisadores europeus e
brasileiros.
O diretor de P&D da RNP também falou sobre a evolução das redes
acadêmicas no mundo e a colaboração entre elas. Hoje, a rede Ipê
possui conexão com redes acadêmicas estrangeiras, tais como a
Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas (RedCLARA), Internet2
(Estados Unidos) e Géant (Europa).
“No início da Internet, o mundo era muito simples. Tudo era
rede acadêmica. Hoje, existem inúmeras redes, que podem colaborar”,
afirmou.
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