Os diferentes usos da rede acadêmica:
Cultura e Ciência
No início da tarde de hoje, 1/5, os participantes do 13º
Workshop RNP, que acontece em Ouro Preto (MG), puderam participar de
discussões sobre aplicações avançadas da rede acadêmica, voltadas
para a Cultura e a Ciência.
O gerente de Comunidades e Aplicações Avançadas da RNP, Leandro
Ciuffo, apresentou as iniciativas da organização voltadas para a
tecnologia 4k – resolução equivalente a quatro vezes a Full
HD.
“A RNP começou a participar de atividades envolvendo 4K em
2009. Nesse ano, transmitimos um filme em superalta definição para
três continentes, no Festival Internacional de Linguagem Eletrônica
(File)”, contou.
De lá para cá, a organização apoiou, através do programa Grupos de
Trabalho (GTs), pesquisadores que desenvolveram um player para
utilizar a tecnologia, um display específico e conteúdo próprio.
“O Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (LaVid), por
exemplo, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desenvolveu um
sistema que é mais barato, que divide o vídeo 4K em fluxos menores.
Quando a máquina recebe as imagens, resincroniza tudo”,
relatou.
Ciuffo também falou sobre a participação da RNP no primeiro
curta-metragem do mundo gravado com câmeras Red Epic em 3D, as
mesmas utilizadas pelo diretor James Cameron no filme Avatar 2. O
filme foi exibido pela primeira vez no evento CineGrid@Rio
(http://cinegridbr.wordpress.com/), realizado, em setembro de 2011,
no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro.
“Este ano, estamos adquirindo câmeras 4k, para fazermos
transmissões ao vivo. Nas Olimpíadas de Londres, alguns eventos
serão captados em 8K (que possui resolução 16 vezes maior do que a
Full HD), o que mostra que foi acertada a decisão da RNP de
trabalhar o tema, há alguns anos”, concluiu.
Na sequência, a professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA),
Ivani Santana, e o pesquisador do LaVid, Erick Melo, relembraram o
espetáculo de dança telemática “Dancing Across Oceans”,
que uniu, em uma única coreografia, bailarinos espalhados em três
continentes. A apresentação abriu a 33ª Reunião da APAN
(Asia-Pacific Advanced Network).
Para Melo, “tudo é caótico em um evento desses. Os ensaios
varam a madrugada. Tanto a parte de rede tem que se alinhar com
outras redes, como os artistas entre si”, confessou.
Exibido ao vivo pela Internet, a partir dos fluxos de áudio e vídeo
recebidos instantaneamente através da ferramenta Arthron,
desenvolvida pelo LaVid no GT Mídias Digitais e Artes, o espetáculo
foi um marco para a RNP, por ser sua primeira colaboração direta com
a Ásia.
“É interessante ver um trabalho que saiu das artes cênicas e
passou para o software. E ver uma ferramenta como essa sendo levada
para a telemedicina. O valor da ferramenta Arthron é que ela
transita por várias áreas de conhecimento, colocando-as em comunhão,
graças à RNP”, ressaltou Ivani Santana.
Por fim, o engenheiro de Redes da ESnet (Support for Data Intensive
Science), Eli Dart, abordou as aplicações de rede para a Ciência. A
instituição da qual ele faz parte proporciona conectividade global à
Internet e alta largura de banda para os cientistas e colaboradores
do Departamento Norte-Americano de Energia.
Dart destacou que a infraestrutura para a pesquisa científica está em
constante transformação, por conta do aumento no volume de
informações, a colaboração expandida e os novos modelos de
experimentação.
“Os cientistas geram dados no seu laboratório e isso percorre o
mundo, o que significa que a infraestrutura da ciência moderna
pressupõe que exista conexão entre todos os pesquisadores. Não se
alteram, apenas, o volume de dados, mas a sua validade, pois eles só
são úteis quando podem ser transportados”, ratificou.