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Painel aborda a evolução de arquiteturas para suporte a 100 Gb/s

16/05/2017 19:19

Diante da demanda crescente por mais largura de banda, são grandes os desafios para garantir transferências de dados que viabilizem experimentos científicos. Para auxiliar instituições de pesquisa nessa tarefa, o WRNP este ano dedicou um painel para discutir a evolução do modelo de DMZ Científica (em inglês, Science DMZ), arquitetura de rede local desenhada para acelerar transferências de dados com alto desempenho.

A implantação da DMZ Científica no Brasil começou em 2013, liderada pelo Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (LARC) da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o pesquisador do LARC/USP, Fernando Redígolo, hoje já existem instituições com demandas que chegam a 100 Gb/s.

Para o pesquisador, hoje o entendimento é oferecer o Science DMZ como um serviço. “A partir do momento em que o modelo se populariza, surgem inúmeras demandas dentro de uma mesma instituição, e com elas problemas de logística”, explica, citando como exemplo laboratórios que não possuem infraestrutura de TI formal para a implantação de uma Science DMZ.

Em participação remota, o engenheiro de redes da Energy Science Networks (ESnet), Eli Dart, também defendeu a oferta do Science DMZ através de um portal web. Ele citou o projeto Pacific Research Platform (PRP), iniciativa de instituições ligadas à rede acadêmica na Califórnia (Cenic) para a integração de DMZs Científicas, em uma estrutura única.

A perspectiva da ESnet é ampliar o projeto para uma plataforma DMZ em escala nacional nos Estados Unidos. “Quando há muitas Science DMZs integradas à rede, existem mais possibilidades”, afirmou Dart, ressaltando a importância da interoperabilidade para o funcionamento dessa ciberinfraestrutura de alto desempenho.

Atualmente, nove instituições possuem uma arquitetura de rede Science DMZ instalada no Brasil: USP, RNP, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Instituto Federal e a Universidade Federal de Pernambuco (IFPE e UFPE), o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).

De uma demanda do LNLS, que opera a única fonte de luz sincrotron da América Latina, surgiu um caso de uso do Science DMZ e a proposta de um novo serviço da RNP, o Padex – Processamento Expresso de Alto Desempenho. O objetivo foi conectar o LNLS ao supercomputador Santos Dumont, para o processamento de dados do projeto Sirius, com previsão de inauguração em 2018.

Segundo da diretora-adjunta da Internet Avançada da RNP, Iara Machado, a solução encontrada foi a instalação de duas DMZ Científicas, uma no LNLS e outra no LNCC. “A comunicação entre o LNLS e o LNCC passa por vários domínios”, comentou Iara. Desde a implantação do Padex, o desempenho geral da vazão entre os dois centros de pesquisa aumentou 1.879%.

Para saber mais sobre Science DMZ, acesse o site da ESNet: hXp://fasterdata.es.net/science-dmz.