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Painel celebra marcos para o avanço de redes ópticas na Amazônia

15/05/2017 20:04

A região Norte enfrenta grandes desafios de conectividade por suas condições geográficas únicas. Este ano, o WRNP celebrou dois grandes marcos para a Amazônia: os 25 anos da primeira rede de internet no Brasil e os 10 anos da Rede Metropolitana de Belém (Metrobel). A capital paraense foi uma das primeiras cidades brasileiras a estar conectada à RNP em 1992, pela Universidade Federal do Pará (UFPA), e tornou-se a primeira cidade da região Norte a ter acesso à internet.

No painel comemorativo sobre redes avançadas de educação e pesquisa na Amazônia, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará, Alex Fiuza, ressaltou a importância da região amazônica como maior patrimônio brasileiro, por sua riqueza em biodiversidade. “O futuro desse país depende muito da Amazônia e da capacidade de se explorar o conhecimento e a riqueza genética que aqui existem. Não é possível ter essas oportunidades sem conexão”, afirmou.

Segundo o secretário, por meio do diálogo entre a UFPA e o Museu Paraense Emílio Goeldi, foi possível reunir diversos atores institucionais em um consórcio para instalar uma rede metropolitana em que todos se beneficiassem. O projeto serviu de modelo para o Programa Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa (Redecomep), hoje presente em 37 cidades brasileiras. “Isso resultou em um programa do governo do estado chamado Navega Pará, em que estamos disponibilizando fibra óptica por consórcio para criar backbones em regiões mais distantes”, declarou Fiuza.

O General de Divisão Decílio Sales, do Ministério da Defesa, apresentou os avanços do Programa Amazônia Conectada, liderado pelo Exército Brasileiro, que em março de 2016 concluiu o trecho entre Coari e Tefé e este ano finaliza a rota Manaus-Coari, pela infovia do Alto Solimões. Em maio, foi finalizado o trecho entre Manaus e Manacapuru, de 150 km.

Criado em 2014, o Programa Amazônia Conectada utiliza os leitos dos rios amazônicos para a implantação de redes ópticas e pretende interligar 52 municípios do Amazonas, para a ampliação do acesso a políticas públicas com benefícios para a educação, saúde e defesa nacional. “Podemos conectar dois oceanos por fibra óptica onde a maior parte das conexões está em território brasileiro”, revelou o general de divisão Decílio Sales.

O pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFPA, Rômulo Angélica, destacou a posição privilegiada da instituição na região Norte, que concentra 121 cursos de pós-graduação, entre mestrado acadêmico, doutorado acadêmico e mestrado profissional; e 86 programas de pós-graduação. Desses, a maior parte dos cursos de doutorado da Amazônia está concentrada na UFPA.

Segundo o pró-reitor, a integração da universidade com grupos de pesquisa do exterior facilita a proposição de editais institucionais, que para serem lançados exigem a apresentação prévia de programas de internacionalização. “Todo esse suporte de redes e de acesso à internet foi a base para que pudéssemos crescer”, disse Rômulo Angélica, que ainda ressaltou a necessidade de maior canalização de recursos para projetos de pesquisa na região Norte.