- 25 a 27 agosto
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Diferentes perspectivas do uso de computação em nuvem
Na sessão de computação em nuvem que aconteceu na manhã de hoje, 26/8, foram abordadas três diferentes perspectivas do uso de cloud no Brasil: a de uma startup, a de um grande portal de conteúdo e a de um instituto de pesquisa. Eles apresentaram visões complementares das demandas que precisam ser atendidas num futuro próximo.
O gerente de TI Sênior na Globo.com, Fernando Carolo, explicou a plataforma na qual trabalha, que “permite que as marcas Globo coloquem o conteúdo delas na internet de alguma forma”. “Há 15 anos, lidávamos com a tecnologia de modo mais simples, com cada servidor configurado individualmente. Hoje, estamos caminhando para o modelo de cloud com a alocação de recursos feita sob demanda. Para trabalhar nesse desenho, as aplicações estão desacoplando da infraestrutura. Isso é o que consideramos mudar para a nuvem. Queremos chegar a um data center totalmente integrado com software, onde tudo é automatizado, todos os recursos são alocados de maneira elástica, e onde temos uma recuperação automática de falhas”, detalhou.
Já o especialista em Computação em Nuvem na Getup Cloud, Diogo Goebel, apresentou a plataforma de sua empresa, que começou atendendo agências de publicidade e possui uma estrutura baseada em tecnologia de contêineres, “uma abordagem nova que tem como objetivo dar mais agilidade aos provedores”.
Ele afirmou que a quantidade de dados gerada atualmente é enorme. E, por isso, defendeu o uso de arquiteturas híbridas de computação em nuvem. “90% dos dados armazenados hoje foram gerados nos últimos dois anos. Só para exemplificar, um Boing 787 gera meio terabyte durante um voo, com seus inúmeros sensores. Por isso, precisamos considerar arquiteturas híbridas, que permitem que você rode algumas coisas dentro de casa e outras fora”, citou.
O desafio da gestão de dados e metadados, cada vez mais abundantes, também foi colocado pelo coordenador de TI do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), José Laurindo Campos dos Santos. “Temos 20 milhões de pessoas na Amazônia e isso demanda uma atenção de estudo e proteção do ecossistema. A missão do Inpa é justamente gerar e disseminar conhecimentos e tecnologias”, definiu.
Laurindo mostrou a estrutura do Inpa espalhada pela Amazônia, um conjunto de torres e sensores que permite a coleta de dados de biodiversidade, tempo e clima, e o desejo do instituto de usufruir de um serviço de nuvem, destacando o Centro de Dados Compartilhados (CDC) em implantação na instituição.
Iniciativa coordenada e operada pela RNP, os CDCs permitirão atender de forma escalonada e crescente a demanda por recursos computacionais baseados nas atuais tecnologias de cloud computing. Além do CDC localizado no Inpa, outro foi ativado em Recife, no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE).
“As vantagens do uso da nuvem são a redução da fragilidade da instituição de ensino e pesquisa, a redução de custos de hardware, software e recursos humanos, e o aumento da agilidade e flexibilidade na utilização de capacidade computacional para processamento e armazenamento de dados. Manter esses dados, que influenciam o futuro da Região Amazônica, é uma missão muito grande”, disse o coordenador de TI do Inpa.
“No futuro, esperamos aumentar a interação entre as instituições, acelerar os processos de análise e síntese de dados e, com isso, forçar o desenvolvimento de novas ferramentas de TI. Afinal de contas, a Amazônia não pode esperar tanto tempo assim”, concluiu Laurindo.