Especialistas debatem o cenário e os desafios da computação em nuvem

No primeiro painel sobre cloud computing do Fórum RNP 2015, que aconteceu no começo da tarde desta terça-feira, 25/8, foram debatidas questões ambientais e de segurança, além do compartilhamento de recursos por meio de federalização de nuvens.

O professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Francisco Vilar Brasileiro, apontou duas razões para federar nuvens privadas. “Primeiro, reduzir a ociosidade de cada membro da federação. Outro motivo é melhor atender as demandas geo-sensíveis, com tolerância a falhas”

“A federação precisa acontecer de tal forma que cause pouco impacto, sobretudo nas políticas existentes. É importante também preservar a autonomia dos membros e ao mesmo tempo lidar com a interoperabilidade entre nuvens usando diferentes middlewares, autenticação e autorização na federação, formato de requisições diferentes em nuvens diferentes, conectividade remota”, explicou.

Brasileiro apresentou o Fogbow como solução de federação de nuvens privadas. “É um conjunto de projetos de software de código aberto desenvolvidos pela UFCG. Diferente de outras soluções, criamos uma camada acima do orquestrador com o propósito de fazer uma federação de nuvens sem que o endpoint seja exportável”, definiu.

Já o professor titular do Departamento de Informática e de Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Carlos Becker Westphall, falou sobre os desafios de criar e manter um data center verde, em que é preciso “reduzir o consumo de energia, realizando as tarefas necessárias e mantendo a performance, o desempenho e a disponibilidade”.

Ele indicou como “equipamentos que mais consomem energia em um data center o processador, a memória RAM e a fonte de alimentação de dispositivos”. “Para ter um data center verde, tenho que diminuir o custo da energia, considerar energia limpa, e procurar uma melhor relação para a PUE (Power Usage Effectiveness)”, declarou.

Em sua exposição, o analista de Inteligência frente a Ameaças Cibernéticas da RSA – CSA Brasil, Anchises Morais, apresentou uma pesquisa recente da Microsoft, realizada com empresas de pequeno e médio porte, na qual “viu-se que 94% das que adotaram cloud computing tiveram benefícios de segurança, terceirizando preocupação para provedor do serviço; 91% viram um aumento na segurança da empresa; e 75% tiveram melhorias em disponibilidade do serviço”.

Para ele, “a questão de segurança é sempre vista como uma das principais barreiras para a adoção de computação em nuvem. Só depois as empresas pensam na posse dos dados e em questões contratuais”. “Como desafios, temos questões de auditoria, legislação e resposta a incidentes e forense. As tendências de regulamentação residem em critérios de privacidade e proteção de dados. Há vários países criando legislações específicas para a proteção de dados e a ISO (International Organization for Standardization) também tem trabalhado em normas de segurança específicas para esse ambiente”, afirmou.