Exército Brasileiro, Cern e Prefeitura de São Paulo apresentam suas soluções de nuvem

No começo da tarde desta quinta-feira, 27/8, as soluções de nuvem do Exército Brasileiro, do Cern e da Prefeitura de São Paulo foram apresentadas ao público presente na quarta edição do Fórum RNP, em Brasília. Os três utilizam como sistema operacional de cloud computing o OpenStack, um software de código aberto, capaz de gerenciar os componentes de infraestruturas virtualizadas.

O major do Exército Brasileiro, José Eduardo França, falou sobre a aprendizagem na construção da nuvem privada do Exército Brasileiro (EB), a EBCloud, e detalhou o desafio de TIC da instituição, que é “garantir a operação interagências e a segurança cibernética, além de prover cobertura nacional com qualidade para localidades remotas”.

Atualmente, a instituição utiliza soluções de rádio para a conectividade de seus postos avançados, mas também está envolvida em iniciativas estratégicas, como o Amazônia Conectada. “Temos como parceiros o Estado do Amazonas e a RNP nesse programa, que tem o objetivo de levar comunicação de qualidade e altíssima disponibilidade para os rincões da Amazônia via cabo subfluvial, que inicialmente atenderá (a cidade de) Tefé”, disse o major.

“Em 2014, o Exército Brasileiro definiu que tínhamos que implantar a nuvem privada do EB. Naturalmente, o caso Snowden impulsionou e tem alavancado o programa”, revelou, lembrando a espionagem das comunicações da presidente Dilma Roussef pela Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana, levado à tona pelo ex-administrador de Sistemas da CIA, Edward Snowden.

“Pretendemos provisionar recursos de TI de modo simples, automático e sério. Sabemos que a cloud reduz custos para quem pretende implementá-la e temos o intuito de trazer as outras Forças (Armadas) para o programa”, declarou o major, que também ressaltou a importância da adoção de código aberto. “Temos uma portaria que estabelece que devemos adotar software livre. Temos que influenciar nossos clientes a migrarem de plataformas proprietárias para livres”.

Na sequência, o chefe de Plataformas e Serviços de Engenharia do departamento de TI do Cern, Helge Meinhard, mostrou a infraestrutura da instituição, que permitiu a mudança de nove mil servidores empregados em experimentos científicos para uma nuvem privada.

Localizado na Suíça, o maior laboratório de física de partículas do mundo abriga o Grande Colisor de Hádrons (Large Hadron Collider - LHC) e suas quatro experiências intensivas de dados. Para isso, há dez anos, “foi criada uma colaboração em grid para processar e analisar os dados do LHC, o WLHC (Worldwide LHC Computing Grid)”.

Meinhard explicou que “o LHC requer um trabalho de processamento e armazenamento que não pode ser realizado em um único data center”. Os experimentos entregam cerca de 50 petabytes de dados por ano para o centro de computação do Cern e, para os próximos anos, essa taxa irá crescer.

A fim de lidar com esse aumento, sem contratar mais colaboradores, o Cern lançou o projeto "Infraestrutura ágil", movendo servidores para uma nuvem privada como parte integrante da estratégia. “Queremos que as soluções sejam desenvolvidas por pessoas com conhecimento dos sistemas. Preferimos soluções abertas, que possam beneficiar a todos e não nos obrigue a pagar licenças”, disse.

Por fim, o especialista em cloud computing da Prodam (Empresa de TIC do Município de São Paulo), Cristian Latapiat, expôs o projeto de computação em nuvem da instituição. “Nosso objetivo é prover, para a Prodam, um portal de provisionamento para as pessoas consumirem o ambiente. Para isso, precisamos de rapidez, elasticidade, contabilização dos recursos computacionais, segurança e suporte a nuvens híbridas”, posicionou.

“Queremos promover uma melhoria contínua, aumentar a expertise em nuvem, para, com tudo isso, prover infraestrutura (IaaS), plataforma (PaaS) e software como um serviço (SaaS) para toda a Prefeitura de São Paulo”, afirmou.