A mobilidade e seus impactos na produção, distribuição e consumo de conteúdo

Hoje, a informação pode ser consumida em qualquer lugar, de diferentes dispositivos. O espectador não fica mais preso a um aparelho fixo, como uma televisão, um desktop. Essa mudança de paradigma gera impactos na produção, na distribuição e no consumo de conteúdo, tema abordado na sessão de Mobilidade de hoje, 25/8, pela manhã, na sala 2 do Fórum RNP 2015.

Para o diretor e roteirista de cinema e TV da Lavoro Produções, Gustavo Acioli, “quando Gutenberg inventou a prensa, há muito tempo, teve que acontecer primeiro um processo de alfabetização para o consumo de livros e jornais. Já com o audiovisual, isso não é necessário”.

Ao apresentar a adaptação da linguagem audiovisual aos novos paradigmas, ele cunhou que “o cinema inaugurou essa época em que estamos hoje, porque está se adaptando ao novo cenário há mais de mais de um século”. “Ele já vem enfrentando o desafio de como se introduzir e se adaptar desde o surgimento da TV a cores. Então, investiu em tecnologia. Mas, como a TV ganhou importância, começou a influenciar a linguagem do cinema. (...) Hoje, temos um crescimento do consumo de seriados por conta do celular. Ou seja, as coisas se repetem de maneiras diferentes”, completou Acioli.

O CEO Founder da rede PULP Content & Digital, George Benson Acohamo, também destacou em sua palestra o crescente uso do celular. “O mobile é o grande protagonista, porque as pessoas usam mais aplicativos do que navegam na internet”, afirmou.

Segundo Benson, “hoje em dia, as mídias sociais têm status de rede de massa. O YouTube só perde para a Globo em horas assistidas”. “Vejo tudo isso como uma grande história. Cada um conta um pedacinho. Tudo faz parte de um mesmo bolo e quem faz essa grade é quem está assistindo. O personagem central é o espectador. O digital pode ir à frente pela tendência de personalização. Na minha visão, o que não vai mudar é a avidez por boas histórias, boas conversas”, opinou.

O arquiteto de Inovação da Exceda, distribuidora da Akamai na América Latina, Alex Soares, mostrou dados que confirmam que “agora a tecnologia alcançou um patamar de nos manter conectados o tempo todo. A explosão de linhas de telefonia móvel tem gerado um aumento exponencial de tráfego de dados. Segundo dados da Cisco, em 2019, o consumo de dados na rede de celular será na ordem de 25 exabytes, uma grandeza impensável anos atrás”.

“Em 1996, Bill Gates falou que ‘o conteúdo é rei’. De onde ele sentava, ele conseguia enxergar isso. Em matéria de produção, antes produzíamos para uma tela, um formato. Hoje, o fazemos para mais telas, com centenas de formatos de distribuição. É possível produzir conteúdo para um painel de carro, um relógio e até para a porta da geladeira, com um workflow muito mais complexo”, finalizou, destacando a complexidade da distribuição de conteúdo.