A mobilidade para a educação

Ampliar os horizontes acadêmicos e transbordar as fronteiras dos campi universitários são temas atuais, que estão na agenda das universidades e dos institutos federais. O assunto foi abordado no último painel do Fórum RNP 2015, que aconteceu na tarde desta quinta-feira, 27/8.

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Targino de Araújo Filho, situou a plateia sobre o setor da educação superior no Brasil. “O sistema federal saltou de 48 universidade para 65, de 180 campi para 326. Vivemos uma realidade multicampi, na qual é fundamental o uso de tecnologias da informação de maneira mais efetiva”, disse.

“Em função dessa expansão, é importante que consigamos manter nossos pesquisadores nas regiões mais distantes do país, garantindo a comunicação deles com as demais instituições. A meta da educação superior federal para os próximos anos é que alcancemos a taxa bruta de 50% da população de 18 a 25 anos no ensino superior, 40% em universidades públicas. Hoje temos torno de 15%”, disse Targino, que falou também do papel do programa Ciência sem Fronteiras na criação de vínculos e parcerias.

José Guido Corrêa de Araújo, da Câmara de Internacionalização da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), apresentou o programa de mobilidade da instituição, que “visa promover o intercâmbio de estudantes de graduação dentro do âmbito dos estados da federação. Para participar, o aluno tem que obedecer requisitos, não pode estar nem no primeiro nem no período final da graduação. Cada universidade participante cria um programa de bolsa para mobilidade nacional. Mas boa parte da mobilidade ainda é feita com o apoio da família do discente”, confessou.

Para Araújo, o maior empecilho para programas de intercâmbio estudantil ainda é a língua. “Temos uma barreira grande para trazer pessoas para o Brasil que é a questão da língua. Por isso, precisamos criar cursos a distância de português para estrangeiros, com complemento presencial. E também incentivar que a universidade tenha disciplinas em inglês, como uma maneira de atrair alunos para a instituição”, sugeriu.

“Sentimo-nos desafiados a trabalhar com a questão dos idiomas. Com a interiorização dos Institutos Federais, temos aproximadamente 600 campi. Por isso, criamos o e-TEC Idiomas sem Fronteiras, para fornecer cursos de inglês, espanhol e português como língua adicional, com um conceito de educação híbrida, que combina ensino presencial e online. Nosso objetivo é, a médio prazo, chegar a níveis mais elevados no processo in and out de alunos”, revelou a vice-coordenadora do Fórum de Relações Internacionais das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Lia Pachalski.

No que tange à formação de professores, o coordenador de Tecnologia em Educação a Distância da Diretoria de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Manoel Brod Siqueira, expôs os resultados do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), que, “ao final de 2014, teve mais de 179 mil alunos matriculados”. “Essa meta de formação de professores é nosso objetivo primordial. Estamos trabalhando para termos um menor deslocamento físico e uma maior na mobilidade”, concluiu.