- 25 a 27 agosto
- Brasília
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Painel debate modelos de governança corporativa em instituições públicas federais
Organizações complexas como as instituições de ensino precisam dar atenção especial à governança corporativa, afirmou o secretário de fiscalização de TI do Tribunal de Contas da União (TCU), Daniel Jezzini Neto, na trilha de Governança e Liderança, no primeiro dia do Fórum RNP 2015. “Na universidade, por exemplo, cada setor tem seus próprios líderes, que se sentem desconfortáveis com qualquer influência. A governança de qualquer natureza incomoda, porque não gostamos de ser governados”, declaro.
Por governança corporativa, entendem-se as práticas adotadas pelas instituições para alcançar os resultados planejados. Segundo a visão do TCU, a governança está calcada em três mecanismos básicos: liderança, estratégia e controle. “Há que ter uma direção. Nossos objetivos serão entregues, mas a que custo, a que risco e a que tempo?”, questionou.
A experiência de governança nos institutos federais foi apresentada pela reitora do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha e coordenadora da Câmara Temática de Desenvolvimento Institucional (Conif), Carla Comerlato Jardim. Ela ressaltou que os IFs são o produto de uma política do governo federal que passou a entender a educação profissional e tecnológica como estratégica e tão importante quanto a educação acadêmica para o desenvolvimento do país. “Somos executores de políticas de inclusão das populações que ficaram historicamente excluídas do sistema de ensino superior”, avaliou.
De acordo com a reitora, a autonomia na gestão dos IFs facilita a implementação dos processos de governança corporativa, que seguem um Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) quinquenal e um termo de acordo de metas decenal. Como principais ferramentas de governança, ela citou pesquisas de clima organizacional, autoavaliação institucional independente, feita por comissão própria, e avaliações externas, relatórios de gestão e prestação anual de contas, além de um sistema de monitoramento e avaliação de execução do PDI. “Trabalhamos com a principal matéria-prima de qualquer processo de desenvolvimento, que são as pessoas”, declarou.
Já o pró-reitor de planejamento, orçamento e desenvolvimento da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) e coordenador do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e de Administração (Forplad) da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Tomás Dias Sant'Ana, afirmou que é comum nas universidades federais que a locomotiva seja o orçamento e não o planejamento. “Estamos sempre apagando incêndios. Quanto mais tivermos processos que nos auxiliem, mais teremos capacidade de gerenciar isso com mais precisão”, disse.
Segundo um levantamento feito pela Andifes, 75% das 63 universidades federais entrevistadas já tinham implementado um modelo de governança corporativa. Entre os principais requisitos para uma boa governança, as universidades apontaram gestão participativa e transparência. Já entre os principais entraves, foram apontados a cultura organizacional e liderança.
Diante desse quadro, o projeto ForPDI, do Forplad, desenvolveu uma solução automatizada de software que permite o desenvolvimento participativo do PDI e a sua relação com a gestão orçamentária. “Estamos tentando mudar a locomotiva, fazendo com que o planejamento puxe a estrutura. O objetivo é ajudar esse processo de mudança da cultura organizacional”, concluiu.