SIG de Cloud Computing apresenta diferentes soluções de computação em nuvem

Abrindo as atividades extras do Fórum RNP 2015, o 1º SIG de Computação em Nuvem reuniu hoje, 24/8, especialistas que mostraram novas tecnologias relacionadas a cloud computing.

O arquiteto de Cloud e Data Center da ShapeBlue, Marcelo Veriato Lima, explicou que o Apache CloudStack “é basicamente uma plataforma de orquestração de infraestrutura, confiável para entrega de Nuvem IaaS (Infrastructure as a Service)”.

De código aberto, suporta redes baseadas em estruturas básica, onde o isolamento é feito por grupos de segurança, ou avançada (compartilhada, isolada ou virtual privada), que fornece maior flexibilidade para agregar serviços e funcionalidades como VLAN (Virtual Local Area Network) ou SDN (Software Defined Networking).

“Não podemos limitar o SDN ao gerenciamento de fluxo de dados. Em cloud, é importante a configuração de serviços. Um limitador de ambientes de cloud computing é o protocolo 802.1q (VLAN). Ele limita o isolamento entre clientes ao número de VLANs suportado pelos switches. No melhor dos casos, suporta 4.094 redes. A alternativa é utilizar novos protocolos”, explicou Lima, citando o VXLAN, o GRE e o STT como soluções mais escaláveis.

Na sequência, o diretor de TI da Universidade de São Paulo (USP), Cyrano Rizzo, expôs como é operar a Nuvem USP, infraestrutura privada e baseada em padrões abertos, que já tem três anos de existência. “A implantação iniciou em meados de 2012. Para ela, foram necessários 50 profissionais. A primeira máquina virtual entrou em operação em três minutos. Era feriado em São Paulo, uma pessoa recebeu e-mail e conseguiu rapidamente configurar a máquina. Isso nos mostrou que a ferramenta era fácil de usar”, relatou.

“O suporte à demanda é a maior preocupação hoje. A Nuvem USP foi um sucesso, porque estamos operando a 86% da nossa capacidade. Se a operação não foi um problema, já que o usuário interage diretamente com o portal e atuamos como consultores, a manutenção é muito onerosa na atualização de templates e sistemas de virtualização”, afirmou Rizzo, que também disse que o serviço está integrado à Comunidade Acadêmica Federada (CAFe), “assim, qualquer integrante consegue autenticar no nosso portal nativamente”.

Tratando do armazenamento de baixo custo em nuvem, Guilherme Maluf Martins Balzana, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destacou que “o modelo de negócio hoje não tem armazenamento como atividade fim, então, o custo é um fator essencial”.

Ele definiu o Teorema de CAP, que estabelece que, “dado um sistema distribuído de dados, você tem que fazer um trade off de três requisitos: consistência, disponibilidade e tolerância a falhas”. “No modelo SDS (Software Defined Storage), temos uma separação entre sistema de software e hardware. Essa mudança de paradigma permite alcançar características de baixo custo e gerenciamento. O SDS permite expandir a capacidade de armazenamento com baixo custo devido ao uso de hardware de prateleira. Além disso, você pode fazer uma mescla dos diferentes hardwares disponíveis”, completou.

Para ele, “é possível fazer um armazenamento de baixo custo e o projeto CNC Cloud está mostrando isso, ao proporcionar um serviço escalável para os pesquisadores brasileiros”. “Antes, tínhamos um modelo de mainframe. Saímos do modelo onde temos o próprio processamento e o armazenamento no computador e, agora, estamos voltando para uma modelo semelhante ao do mainframe, em que o armazenamento é centralizado na nuvem”, posicionou.

Nas palestras seguintes, foram demonstradas soluções de plataforma como serviço (PaaS). O engenheiro de Software da Globo.com, Cezar Sá Espinola, apresentou a plataforma que suporta mais de 500 aplicações do portal Globo.com, batizada de Tsuru, “que tem como premissas ser simples, open source, multi-linguagem, extensível, escalável e evitar o vendor lock-in”.

Já o especialista em Computação em Nuvem da Getup Cloud, Diogo Goebel, mostrou o serviço de PaaS de sua empresa, que é baseada no software Openshift e no serviço AWS (Amazon Web Services), que entrega simplicidade no processo de provisionamento da infraestrutura para desenvolvedores. Uma funcionalidade interessante apresentada é a otimização dos recursos, onde a plataforma de gerenciamento “coloca os contêineres para dormir em períodos de inatividade. Para acessar novamente, basta uma requisição ser enviada à aplicação. Isso proporciona um uso mais inteligente da capacidade computacional”, garantiu Goebel.