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GT Rede Mesh coordena testes do Ruca

Infra-estrutura de chaves públicas também é fruto do trabalho dos GTS


Em meio às palestras dos coordenadores dos grupos de trabalho da RNP, foram apresentados dois projetos que, de certa forma, são frutos dos trabalhos dos GTs. Luiz Cláudio Schara Magalhães, da Universidade Federal Fluminense, falou sobre o projeto Ruca (rede para o programa Um Computador por Aluno). Ricardo Custódio, da Universidade Federal de Santa Catarina, e Jeroen Van de Graaf, da Universidade Federal da Minas Gerais, falaram sobre o ICP-EDU (infra-estrutura de chaves públicas para a comunidade acadêmica).

O objetivo do projeto Ruca é avaliar as características do hardware e do software de redes sem-fio e o protocolo de roteamento para redes em malha (mesh) do laptop XO, desenvolvido pelo Laboratório de Mídia do Massachusetts Institute of Techonology (MIT) e usado no programa Um Computador por Aluno, da Presidência da República. A RNP contratou o GT Rede Mesh para coordenar os testes, que estão sendo realizados por pesquisadores da UFF, USP, UFPB, Ufam, UFRGS e UnB.

Schara contou um pouco da história da ONG One Laptop per Child (OLPC), criada pelo professor Nicholas Negroponte, do MIT, com o objetivo de criar e distribuir este computador portátil a crianças de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. O XO foi criado pensando-se em requisitos como resistência do equipamento, baixo consumo de energia e conectividade sem-fio. A tela do laptop, por exemplo, precisa ser legível sob o sol, uma vez que muitas crianças têm aulas ao ar livre por falta de escolas formalmente construídas.

Luiz Cláudio Schara Magalhães (UFF)

O objetivo do Ruca é estabelecer a viabilidade de uso do XO em ambientes de alta densidade de terminais (ver se a rede mesh funciona em uma sala de aula, com todos os alunos conectados) e em ambientes com baixa densidade (ver se a rede mesh permite a conexão do aluno em casa, longe da escola).

O modelo (IEEE 802.11s) usado na rede mesh do Ruca é um pouco diferente do usado no GT (IEEE 802.11g). No primeiro, os próprios laptops funcionam como roteadores. No segundo, usam-se roteadores construídos pelo GT. Os testes de rede esparsa (baixa densidade) demonstraram que o alcance do sinal entre um laptop e outro é de 500 metros, se o equipamento estiver a 70 cm do chão (altura de uma mesa). Isto significa que, em um ambiente de alta densidade, como uma favela, a rede deve funcionar bastante bem, com os alunos conectando-se entre si. Mas em um ambiente de baixa densidade, como na zona rural, é possível que seja necessária a instalação de infra-estrutura adicional (Wi-MAX, por exemplo), caso se deseje que o laptop possa se conectar também fora da escola.

O professor Schara é um grande entusiasta do XO. Ele diz que o equipamento promoverá a inclusão digital, facilitará a realização de estudos colaborativos entre alunos e ampliará o acesso a conteúdo didático, uma vez que o laptop também funciona como e-book, possibilitando o download de livros escolares.

O 8º Workshop RNP (WRNP) começou às 9h01 de segunda-feira (28) e terminou às 18h12 de terça-feira (29). Mais de 200 pessoas encheram um dos auditórios do hotel Hilton Belém, onde o evento foi realizado. Também foram debatidos a situação das comunicações na Amazônia e o uso das tecnologias da informação e da comunicação em políticas públicas. Ao final do dia, após uma apresentação sobre a evolução da infra-estrutura de rede, foi inaugurada a primeira rede metropolitana acadêmica de fibra óptica, a Metrobel, de Belém (PA).

ICP-EDU-A RNP apoiou o desenvolvimento de uma infra-estrutura de chaves públicas para a comunidade de ensino e pesquisa. O objetivo é que as instituições possam emitir e gerenciar seus certificados digitais e que eles sejam validados por uma autoridade certificadora raiz (AC-Raiz), permitindo o controle de acesso a aplicações e bancos de dados de instituições filiadas à AC-Raiz, a autenticação em grades computacionais, o reconhecimento de assinaturas eletrônicas, a criptografia de documentos etc.

Ricardo Custódio (ICP-EDU)

Os grupos de trabalho que se dedicaram a este tema desenvolveram uma ferramenta para gerir o ciclo de vida de certificados digitais, um equipamento para gestão segura de chaves privadas (o Módulo de Processamento Criptográfico ou Hardware Security Module - HSM) e um smartcard virtual para facilitar o gerenciamento de chaves criptográficas de usuários. Atualmente, está sendo montado um serviço-piloto para integrar estes componentes num serviço único e coerente.

A AC-Raiz deste piloto foi lançada em 10 de novembro de 2006. No momento, seis instituições participam do projeto: RNP, UFSC, Unicamp, UFF, UFMG e LNCC. O modelo de gestão da ICP-EDU está sendo avaliado e deve ser validado até o final de 2007.

Ricardo Custódio, da Universidade Federal de Santa Catarina, acredita que o uso de assinatura digital em e-mail, uma das possibilidades da ICP-EDU, poderá resolver o problema de spam e phishing. "Se todos os e-mails usassem certificados digitais, você teria certeza de quem enviou a mensagem e poderia filtrar mais facilmente as mensagens não desejadas", disse Custódio. Ele explicou que o filtro por certificados digitais poderia ser implantado em servidores de e-mail, por exemplo, garantindo, já na origem, que mensagens válidas seriam repassadas aos destinatários em uma rede local.

O 8º Workshop RNP foi realizado em Belém (PA), nos dias 28 e 29 de maio. O evento reuniu mais de 200 pessoas e foi patrocinado pelas empresas Embratel, Padtec, Cisco, Extreme Networks, Plant Engenharia, Global Crossing, Inter Quattri, Metrocable, Oi e Omega.

[RNP, 01.06.2007]

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