| Grupos de trabalho em inovação apresentam resultados no WRNPInteração entre os GTs é cada vez maior Todos os anos, desde 2003, grupos que desenvolvem projetos inovadores para redes acadêmicas apresentam seus trabalhos no Workshop RNP (WRNP). É uma maneira de demonstrar os protótipos desenvolvidos, os quais podem vir a ser usados pela comunidade de ensino e pesquisa na Internet acadêmica brasileira. Este ano, além das exibições dos sete grupos de trabalho (GTs) da RNP, foram apresentados dois projetos que, até certo ponto, são desdobramentos das pesquisas de grupos anteriores: o projeto de rede do programa Um Computador para Todos (Ruca) e o projeto-piloto ICP-EDU (infra-estrutura de chaves públicas acadêmica). O programa GT-RNP foi criado em 2002 com o objetivo de desenvolver protocolos e aplicações de rede. Até hoje, foram contratados 33 grupos de trabalho formados por pesquisadores de instituições públicas e privadas. Neste 8º Workshop RNP, ficou claro que a interação entre os GTs tem se ampliado. O GT Gerência de Vídeo, por exemplo, tem usado ferramentas criadas pelo GT Medições para escolher as melhores rotas para transmissão de vídeos. Este mesmo GT faz uso da infra-estrutura montada em anos anteriores pelo GT de Vídeo Digital (já encerrado). Já o GT Comunidade Virtual de Grade (VCG, na sigla em inglês) tem interesse no desenvolvimento da certificação digital no contexto da ICP-EDU, o qual é conseqüência do trabalho de GTs anteriores na área de infra-estrutura de chaves públicas. Enfim, chegando ao sexto ano do programa GT-RNP, é natural que muito do que foi desenvolvido até aqui seja útil para os projetos dos novos grupos. GT ADReF- O primeiro grupo a ser apresentar, oito minutos após o diretor de Inovação dar as boas-vindas aos participantes do WRNP, foi o GT Automatização de Diagnóstico e Recuperação de Falhas (ADReF). O grupo defende que a automatização dos processos de gerência é uma necessidade, uma vez que as redes estão cada vez mais complexas. Por este motivo, o GT está desenvolvendo um sistema de gerenciamento de falhas centrado em testes, ou, como explicou Ronaldo Salles, coordenador do grupo, "em um fluxo de tarefas automatizadas usadas para a obtenção de um determinado diagnóstico ou correção de falha." Salles diz que a automatização dos processos traz grande benefícios, tais como redução do tempo de interrupção na rede, qualidade de serviço (QoS) e redução de custos operacionais. O GT desenvolveu um sistema multiplataforma, desenvolvido em Java e, portanto, facilmente exportável. A arquitetura do sistema possui quatro componentes: servidor de testes, servidor de topologia, interface de operações e editor de testes. O servidor de testes, responsável pela execução dos testes, através da comunicação com equipamentos de rede, fornece uma interface (RMI) para que aplicações externas façam a solicitação de testes. O servidor de topologia faz, dinamicamente, o inventário dos recursos da rede para que o operador possa escolher, por meio da interface de operações, o que deseja testar. Esta interface é gráfica e amigável. Permite ao operador selecionar os equipamentos e circuitos a serem testados, escolher entre uma série de testes disponíveis e agendar os testes. Por fim, o editor de testes é a aplicação que será usada pelo operador para criar e editar testes. Atualmente, há dois servidores de testes do GT rodando: um no Instituto Militar de Engeharia (IME) e outro no ponto de presença da RNP em Brasília (PoP-DF). Os testes no backbone da RNP são executados durante as janelas de manutenção do link DF-RS. GT Medições- Em sua segunda fase, o GT Medições está trabalhando no protótipo de uma infra-estrutura de medições que seja interoperável com o ambiente Perfsonar, desenvolvido pelas redes acadêmicas Internet2 (EUA) e Géant (Europa), além da rede americana de físicos Energy Science Networking (ESnet). O objetivo é permitir a análise e identificar problemas de desempenho num caminho fim-a-fim através de diversos domínios administrativos. Por isso era importante buscar uma solução que interoperasse com infra-estruturas similares em outras redes acadêmicas. O GT pretende ampliar os pontos de medição na rede Ipê, a fim de disponibilizar os dados das medições de interesse para um maior número de usuários. Atualmente são sete pontos: SC, SP, RJ, MG, DF, BA e PA. Deseja-se instalar novos pontos em RS, PR, PE e CE. Pretende-se, ainda, implantar uma infra-estrutura de monitoração fim-a-fim entre a UFRJ e o Ciemat, na Espanha, para o piloto do projeto Eela. Também é objetivo do GT integrar seus serviços com as ferramentas do GT de Gerência de Vídeo. Quando terminar a fase de pesquisa, a infra-estrutura de medições poderá ser expandida para todos os PoPs e clientes da RNP. Segundo o coordenador do GT, José Augusto Suruagy Monteiro, a implantação desta infra-estrutura de medições na rede Ipê trará benefícios aos administradores de rede e aos usuários de aplicações mais críticas, tais como grades, VoIP, vídeo ao vivo etc. Suruagy disse também que a infra-estrutura desenvolvida pode ser estendida às redes metropolitanas do projeto Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa (Redecomep). Para estimular o uso das ferramentas de medições produzidas pelo GT, o grupo promoveu um workshop no dia 30 de maio, durante o 25º Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores (SBRC), realizado em Belém (PA). GT Rede Mesh- Redes em malha ou mesh são redes sem-fio auto-configuráveis que interconectam um conjunto de nós fixos capazes de rotear pacotes entre si. Estes nós constroem uma malha sem-fio para transmissão de dados em faixa larga em localidades onde não existe infra-estrutura física ou onde o custo de comunicação por outras redes é elevado. Na primeira fase, encerrada em 2006, o GT Rede Mesh de Acesso Universitário Faixa Larga Sem-Fio instalou um protótipo nas cercanias da Universidade Federal Fluminense, em Niterói (RJ). O objetivo agora é estender esta experiência para Belém, Curitiba e Brasília. Segundo Célio Vinicius Neves de Albuquerque, coordenador do GT, esta é a primeira experiência brasileira em redes mesh. Na opinião de Célio, esta é uma solução adequada para promover a inclusão digital, uma vez que é barata, estável e de desempenho satisfatório. Nesta segunda fase, além de lançar as novas redes-pilotos, o GT pretende refinar as ferramentas de gerëncia, introduzir QoS no protótipo do roteador mesh e implantar novos serviços, tais como VoIP. GT VCG- O objetivo do GT Comunidade de Grade Virtual (Virtual Community Grid - VCG) é promover o desenvolvimento de uma infra-estrutura de grade computacional pública, de fácil acesso, permitindo o seu uso por pesquisadores conectados à rede Ipê. Uma grade computacional é uma infra-estrutura de software que permite o compartilhamento flexível, seguro e coordenado de recursos entre coleções dinâmicas de indivíduos, instituições e recursos. Inclui sustemas computacionais, recursos de amazenamento de dados e facilidades especializadas. Possibilita a execução de aplicações distribuídas de larga escala e uso intesivo de recursos. Com isso, a grade promove a melhora do desempenho das redes e dos computadores, pois usa computadores independentes como plataforma para execução de aplicações, explorando recursos ociosos. A grade proposta pelo GT VCG prevê um modelo de adesão, o uso de certificados (de usuário e de máquina) de curta e longa duração, a identificação de comunidades de usuários, uma "economia de grade" (1 crédito = 1 minuto de uso) e middlewares com suporte a MPI. Bruno Schulze, coordenador do GT, explica que se pretende usar certificação no contexto da ICP-EDU (infra-estrutura de chaves públicas para a comunidade acadêmica) e que se pretende focar em comunidades específicas, com o objetivo de facilitar o gerenciamento. O protótipo do GT VCG terá um portal de submissão e de informação, fará controle de adesão de usuários e de projetos, gerenciará o uso dos recursos por um sistema de créditos, fará monitoramento de recursos e de segurança, gerenciará tarefas, e fará a certificação de máquinas e usuários. O GT também desenvolveu scripts de instalação do sistema. Para o piloto, cada projeto ganhará 100 créditos e cada nova máquina do projeto ganhará mais 100 créditos. Cada crédito significa um minuto de uso dos recursos da grade. Projetos podem transferir créditos entre si. GT Gerência de Vídeo- Depois de dois GTs de vídeo digital, quando se implantou a infra-estrutura de servidores-refletores que hoje sustentam a transmissão de vídeos na rede Ipê, foi criado um grupo de trabalho com o objetivo de estabelecer uma plataforma de gerenciamento de serviços multimídia. Na fase 1, de 2005 a 2006, o GT desenvolveu um protótipo baseado em padrões abertos. Na fase atual, será implantado um serviço-piloto para a gerência da distribuição de vídeo na RNP, o video@rnp, como está sendo chamado. O serviço video@rnp poderá ser acessado a partir de um portal Web. Ali será feito o controle de acesso e haverá ferramentas para armazenamento, busca, indexação e transmissão sob demanda e ao vivo de conteúdo multimídia. O portal também terá interface para administração e cadastro de usuários e mecanismos de gerência, e será aderente a padrões e normas internacionais na área de serviços Web e multimídia (W3C, ISMA, MPEG-7 e MPEG-21). O serviço usará ferramentas criadas pelo GT Medições para monitorar a rede. Também haverá monitoramento de serviços e servidores e geração de estatísticas. O conteúdo disponível no portal poderá ser de acesso público ou privado. Diversas dessas funcionalidades já estão prontas e foram mostradas na sala de demonstração dos GTs durante o WRNP. GT TV Digital- Guido Lemos, do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (Lavid), trabalha com a RNP desde 2002, quando coordenou o GT Vídeo Digital, responsável pela implantação de uma rede de uma infra-estrutura de rede, servidores e equipamentos para dar suporte a experimentos que envolvesseem a captura, recuperação e transmissão de vídeo ao vivo e sob demanda. Atualmente, existem servidores instalados em 12 capitais. Estas máquinas funcionam como refletores de vídeo, faciltando o acesso dos usuários ao conteúdo multimídia e otimizando a distribuição do tráfego na rede. A expectativa é de estender esta infra-estrutura para todos os outros estados. Na fase 1 do GT TV Digital (2005-2006), o grupo de Guido estudou soluções que viabilizassem e potencializassem a transmissão de TV aberta através da Internet, com recursos disponíveis no âmbito de TV digital, incluindo interatividade. Nesta nova etapa (2006-2007), o grupo está desenvolvendo um Portal de TV Digital que promoverá a integração e a convergência de canais de TV aberta, por satélite ou cabo, e canais de IPTV (transmitidos pela Internet). Com isso, pretende-se possibilitar o acesso aos canais tanto por computador como por televisor digital. O Portal será interativo e possibilitará a personalização do serviço. Um guia de programação eletrônico (EPG, na sigla em inglês) exibirá os canais disponíveis no serviço. Durante o WRNP foram demonstradas a primeira versão do EPG RNP e do que seria um canal RNP. O GT interage com os grupos de gerência de vídeo e medições para incorporar ferramentas de controle e gerenciamento. Pretende-se, ainda, integrar o serviço ao padrão de middleware do Sistema Brasileiro de Televisão Digital. GT IEAD- O último GT a se apresentar no WRNP foi o GT Infra-Estrutura para Ensino a Distância. Valter Roesler, coordenador do grupo, começou a falar, às 15h10 de segunda-feira (28), sobre o desenvolvimento de um ambiente em software e hardware para transmissão multimídia interativa em alta qualidade entre instituições ligadas à rede Ipê. Basicamente, trata-se de um sistema para interação via áudio, vídeo e texto entre múltiplos participantes, com possibilidade de uso de ferramentas como chat, transmissão de slides e uma interface de controle que faz as vezes de mesa de edição. O ambiente poderá ser integrado a aplicações como transmissão de cursos e palestras com seleção através de um EPG, acompanhamento de cirurgias on-line e diagnótico médico a distância. Alguns diferenciais em relação ao outros sistemas do mesmo tipo são: alta qualidade, semelhante à vista em DVDs; transmissão em multicast, permitindo muitos participantes simultaneamente; baixo custo de equipamentos receptores com capacidade de interação (hardware desenvolvido utilizando abordagem de sistemas embarcados de baixo consumo e custo); e baixo custo envolvido para as instituições (software desenvolvido sob o conceito de software livre). O GT pretende, ao fim dos trabalhos, deixar o sistema funcional para cinco auditórios de instituições parceiras. [RNP, 01.06.2007] | Notícias coordenadas: GT Rede Mesh coordena testes do Ruca Infra-estrutura de chaves públicas também é fruto do trabalho dos GTS Notícias relacionadas: Mais de 200 pessoas compareceram ao 8º Workshop RNP Redes ópticas da última milha foram o tema central do evento [RNP, 30.05.2007] Inaugurada primeira rede óptica metropolitana para a comunidade acadêmica Metrobel é modelo para outras iniciativas regionais [RNP, 29.05.2007] |