RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

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RNP na Mídia 
 

Rede revolucionária


Jornal A Gazeta

Lúcia Gonçalves

16.03.1999


Médicos, em qualquer parte do mundo, diagnosticando doenças em seus pacientes e monitorando a evolução de quadros clínicos através do micro. Grandes telas de computador projetando imagens em 3D e dando início à era da TV interativa. Laboratórios virtuais usando instrumentação remota. Cenas de filmes de ficção científica? Que nada! A maioria dessas aplicações já se encontra em fase de teste e, em breve, estará disponível para uso comercial.

Uma das grandes co-responsáveis por essa evolução tecnológica chama-se Internet 2. É uma rede acadêmica de altíssima velocidade - funciona a 2,4 Gigabits, o que a torna de cem a mil vezes mais rápida que a Internet comercial - que entrou em funcionamento há pouco mais de duas semanas nos Estados Unidos.

Por filosofia, será usada apenas por instituições acadêmicas. No momento, a Internet 2 é privilégio de 70 universidades americanas. Daqui há um ano, em 2000, outras 140 instituições acadêmicas, que injetaram recursos financeiros no desenvolvimento da rede, também serão conectadas. Mas, no futuro toda a sociedade poderá usufruir dos avanços tecnológicos proporcionados pela Internet 2.

Não significa que usuários domésticos ou empresas navegarão através desta parte da Rede. O seu uso continuará restrito a acadêmicos e estudiosos de universidades, grandes centros de pesquisa e empresas que produzem as tecnologias usadas na infra-estrutura da Internet 2 - como a IBM, 3Com, MCI Communications e Cisco Systems. Esses cientistas repassarão as tecnologias a usuários comerciais assim que estiverem prontas e bem testadas.

Outro detalhe que precisa ser entendido: não se trata de uma nova rede. A Internet 2 estaria muito mais para laboratório de desenvolvimento de novas tecnologias, que hoje não podem ser usadas devido à limitação de velocidade na Internet comercial.

Brasil - Uma boa notícia para os brasileiros é que o país já está se preparando para integrar essa rede. A entrada na Internet 2 será possível através do Projeto de Redes Metropolitanas de Alta Velocidade, coordenado pela Rede Nacional de Pesquisas (RNP) e ProTeM (Programa Temático Multiinstitucional em Ciência da Computação), com o objetivo de promover a criação de infra-estrutura e serviços de rede de alta velocidade em diversas regiões do país.

Até o momento, doze consórcios foram selecionados para participar do projeto. Os seis primeiros já assinaram contratos para o recebimento de verbas, concessão de bolsas e equipamentos. São instituições acadêmicas e empresas de telecomunicações dos estados do Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Goiás e Rio Grande do Sul. Outros cinco estados - Pernambuco, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Maranhão -, além da cidade paulista de Campinas, integram o segundo grupo de consórcios.

Esses consórcios foram escolhidos, entre 25 propostos, porque a RNP constatou nessas regiões metropolitanas a existência de infra-estrutura adequada - fibra óptica, enlaces de rádio, TV a cabo, etc - para a implantação e o desenvolvimento de tecnologias de redes eletrônicas de alto desempenho.

Cada instituição participante do projeto selecionado receberá um kit de acesso à rede metropolitana. No pacote estão incluídos um comutador ATM, um servidor Unix, três microcomputadores Pentium e um comutador de rede local Ethernet. Todos os equipamentos são da marca IBM e foram adquiridos através de convênio entre a fabricante e a RNP.

O prazo máximo para implantação destas iniciativas é de 24 meses. No final desse período, diversas instituições de ensino e pesquisa nacionais estarão operando redes de alto desempenho, em nível metropolitano, e testando aplicações interativas com tecnologia multimídia, como educação à distância via Web, teleconferência, telemedicina, laboratório virtual e serviços de meteorologia.

A fase seguinte será integrar essas redes metropolitanas em um backbone nacional de alta velocidade. Em paralelo, será feita a conexão brasileira com a Internet 2 nos Estados Unidos para que instituições nacionais formem parcerias com universidades americanas para desenvolvimento de novas aplicações, ferramentas e serviços.

A União Européia e o Canadá também estão fechando acordos de interligação com as principais redes de alta velocidade do mundo. A rede acadêmica canadense, chamada de Canarie, já conseguiu fechar acordo com a Internet 2 americana. A rede européia, a TEN-34, está se adequando tecnologicamente para participar do projeto.

fonte: http://www.agazeta.com.br

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