| RNP luta para se manter em funcionamentoJornal do Commercio/ Pernambuco Hugo Pordeus 15.04.1999 Entidade pioneira na história da Internet no Brasil, a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) trava uma verdadeira batalha para manter seu papel de levar o acesso a todos os órgãos governamentais, universidades e hospitais públicos. Devido à crise econômica, o orçamento destinado pelo governo federal aos setores de tecnologia sofreu um corte de 50% este ano, caindo de R$ 9,7 milhões para apenas R$ 4,85 milhões. As estatísticas diárias da utilização das linhas nacionais conectadas aos POPs confirmam a saturação iminente de todo o backbone. No POP do Distrito Federal - que funciona como um ponto central da conexão RNP -, de segunda a sexta entre 10h e 20h, o congestionamento beira o insuportável. O link é exigido ao máximo e o acesso torna-se precário. Em outros POPs, a situação não é tão grave, mas o desempenho geral do backbone RNP é prejudicado pelo estrangulamento que acontece no Distrito Federal. O POP-DF tem links para pontos em 13 estados, além de servir de passagem para uma das cinco saídas internacionais da RNP, direcionadas à MCI nos Estados Unidos. O aperto nas verbas atinge todos que dependem do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), incluindo os pesquisadores-bolsistas, principal mão-de-obra da RNP. A maior ameaça recai sobre a criação do segundo backbone da rede de pesquisa, parte da futura conexão nacional à Internet 2, que atingirá a velocidade de 155Mbps e será utilizada, inicialmente, só pelo meio acadêmico. Mais do que retardar o início da Internet 2 brasileira - quando a RNP é novamente chamada a abrir caminhos -, a contenção de gastos do governo deixa claro que vai ser difícil recuperar de imediato a infra-estrutura do seu backbone, já praticamente esgotada. Nos horários de pico, alguns links dos cincos POPs (pontos de presença) que formam o pentágono da espinha dorsal da Rede - localizados em Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Distrito Federal - ficam com a largura de banda (2Mbps) quase inteiramente ocupada. O ponto de presença da RNP no estado está localizado no Itep (Instituto Tecnológico de Pernambuco), sendo responsável pelo provimento de acesso à Internet para mais de 50 instituições (comerciais ou públicas) na Região Metropolitana do Recife e no interior. Além disso, cinco POPs estaduais (Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Tefé, na Amazônia) se ligam à Rede pelo POP-PE. Entre os órgãos governamentais "clientes" da RNP em Pernambuco, estão as grandes universidades - UFPE, UFRPE, UPE e Unicap -, o Hospital do Câncer e o laboratório Aggeu Magalhães. Dois provedores comerciais do Recife - NovaEra e Torricelli - alugam links ao POP-PE e todos do interior se conectam à Rede através da RPI (Rede Pernambucana de Informática), parte comercial do POP. De acordo com o coordenador técnico do POP-PE, Paulo Lyra, os serviços da RNP são imbatíveis em preço e atendem com eficiência um segmento do público que não pode contratar um link da Embratel. "Temos, acima de tudo, uma função social, mas também possuímos capacidade de fornecer um acesso compatível com as necessidades básicas do acesso à Internet. A taxa de uso é quem dita o nível de exigência sobre os links e, neste ponto, nosso POP ainda tem uma certa folga", garante. O ponto de presença de Pernambuco está conectado à RNP a uma velocidade de 2Mbps. Há uma ligação alternativa com a Embratel de 1Mbps, reservada para os clientes ditos comerciais da RPI. Já existem 13 POPs regionais, vinculados ao Itep, espalhados no interior do estado em links que variam de 64Kbps a 2Mbps. O Arquipélago de Fernando de Noronha deve ser o próximo local a ser conectado, através de um sistema próprio de rádio digital, também a 2Mbps. fonte: http://www2.uol.com.br/JC/ |