| "Estrutura da Rede está insuficiente"Jornal do Commercio/ Pernambuco Hugo Pordeus 15.04.1999 O coordenador-geral da Rede Nacional de Pesquisa, José Luiz Ribeiro, admite a insuficiência da atual estrutura do backbone. "Por enquanto, não têm tido sucesso as parcerias para ajudar a custear as ampliações", afirma, em entrevista exclusiva ao JC. Ele explica o que está sendo feito para revitalizar os serviços da entidade e o modelo previsto para tornar o backbone mais eficiente. JORNAL DO COMMERCIO - O que está sendo ou vai ser feito para resolver a saturação dos principais links da RNP? JOSÉ LUIZ RIBEIRO - A atualização do backbone da RNP ao longo de 1998 se deu através da inauguração de sete novas conexões, sendo três delas para estados da região Norte - Acre, Amapá, e Amazonas e uma para o estado do Piauí. A quinta conexão corresponde a um enlace de 2 Mbps para o exterior, conectando Belo Horizonte aos Estados Unidos e elevando a velocidade total com o exterior para 10 Mbps. A sexta inauguração é uma segunda conexão de 2 Mbps entre Rio de Janeiro e São Paulo, dobrando a largura de banda desse circuito crítico que apresentava saturação com o enlace de 2 Mbps em operação desde 1995. JC - Houve melhora na conexão com a Embratel? JLR - Foi estabelecido um segundo ponto de troca de tráfego entre o backbone da RNP e o da Embratel, em São Paulo, perfazendo um total de 12 Mbps com os 4 Mbps existentes no ponto de troca de tráfego do Rio de Janeiro, que será ampliado em breve. Houve, ainda, 12 atualizações na largura de banda de enlaces existentes. JC - Fontes ligadas a vários órgãos do governo - que dependem da RNP para ter acesso à Internet - dizem que a situação ficou pior nos últimos meses. Por quê? JLR - Os recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) são restritos para acompanhar a crescente demanda pelos serviços de backbone da RNP e parcerias com o objetivo de ajudar a custear as ampliações necessárias vêm sendo buscadas, sem sucesso por enquanto. JC - Hoje a estrutura da RNP está realmente insuficiente para atender a demanda das instituições públicas? JLR - Sim. A estrutura da RNP, na maioria das vezes, esteve aquém da demanda das instituições conectadas por razões como a insuficiência de recursos do orçamento do MCT para as ampliações necessárias; os prazos de instalação ou ampliação dos serviços contratados junto à Embratel são, em geral, muito longos; a demanda tem crescido em proporções extraordinárias, principalmente com a introdução de novas aplicações com características multimídia (áudio e vídeo), que consomem parte significativa da banda dos enlaces. JC - Como vai ser possível melhorar o serviço prestado com o corte brutal no orçamento do governo destinado à RNP? JLR - Buscamos duas saídas, conjuntamente. A primeira é efetivar parcerias com outros Ministérios, tais como o MEC, com o qual o MCT assinou convênio de cooperação para apoiar a RNP em 98. A segunda é uma reestruturação da topologia atual do backbone com o objetivo de reduzir custos sem perder eficiência. JC - Como é a relação da Embratel com a RNP, ou seja, que serviços a RNP contrata da Embratel/MCI já que o meio físico continua pertencendo a ela (enquanto não chega a concorrência das empresas-espelho)? JLR - Desde o início das operações da RNP, os enlaces que formam seu backbone foram todos contratados à Embratel (pelo período de 5 anos). JC - A RNP se considera concorrente da Embratel? Vocês se sentem prejudicados de alguma forma por esse monopólio? JLR - A RNP não é concorrente da Embratel na medida em que contrata a infra-estrutura daquela empresa e opera um serviço restrito à comunidade acadêmica sem nenhum tipo de obrigatoriedade para que instituições educacionais e de pesquisa a ela se conecte. fonte: http://www2.uol.com.br/JC |