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Conexão da RNP ligará Rio e Chicago

Em fase final de testes, primeiro backbone internacional da Rede Nacional de Pesquisa pode sair ainda em fevereiro


Gazeta Mercantil

Gabriela Gutierrez Arbex

20.02.2001


Desde 1998, quando os primeiros seis consórcios foram contratados e viabilizou-se parcerias entre empresas como Telemar, Brasil Telecom e NET - que cederam fibras ópticas para instituições de pesquisa desenvolverem novas aplicações -, vários experimentos de sucesso foram conduzidos com o objetivo de desenvolver a Internet2 no Brasil. Nelson Simões, coordenador do Núcleo de Apoio da RNP (Rede Nacional de Pesquisa) de Distrito Federal, cita como exemplo a transmissão de vídeo digital na ReMAV-RJ e o desenvolvimento de ambientes para interação de voz, vídeo e web na ReMAV-RS. Atualmente são 4 consórcios (Belo Horizonte, Brasília, Campina Grande, (PB), Campinas, (SP), Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) e as instituições que deles fazem parte continuam testando as aplicações Internet2, embora de forma restrita às redes metropolitanas. Para Simões, a falta de infra-estrutura apropriada para o estabelecimento de conexões internacionais de alta capacidade atrasou o cronograma. "Foi necessário aguardar a disponibilidade e a ativação de novos cabos submarinos para que pudéssemos nos interligar a outros backbones de Internet2".

Superadas as dificuldades estruturais, os primeiros resultados prometem aparecer em breve. A primeira conexão internacional da RNP está em fase de teste e poderá entrar em operação ainda este mês. Os quatro circuitos, que somavam 8Mbps, foram trocados por um enlace de fibra óptica com capacidade de 155Mbps, ligando o ponto de presença do Rio de Janeiro ao StarTap, em Chicago (EUA). Essa conexão será utilizada como rota de trânsito internacional para tráfego de produção (aplicações tradicionais como e-mail e transferência de arquivos) e também como rota exclusiva para fins de colaboração acadêmica internacional para desenvolvimento da Internet2. "Planejamos os primeiros experimentos de interligação pela RNP2 ainda para o início deste ano", diz Simões. "Além disso, estamos estabelecendo uma parceria com o consórcio AmPath (Americas Path), que pretende apoiar a interligação de redes acadêmicas latino-americanas aos Estados Unidos, formado pela Global Crossing e pela Florida International University (FIU). Ela permitirá ativação de uma Segunda conexão internacional, de 45Mbps, exclusivamente acadêmica, por três anos sem custos, para o GigaPOP (estrutura responsável pela comutação e gerenciamento de tráfego entre as redes de uma mesma região) da Flórida do backbone americano Abilene", conta Simões, que prevê o início das operações ainda este semestre.

Uma terceira conexão internacional está em negociação, por meio da Cooperação Brasil-Alemanha em Ciência e Tecnologia, que permitirá a interligação com o Geant, o backbone acadêmico pan-europeu. "Estamos iniciando uma etapa em que as colaborações já existentes serão fortalecidas e outras serão criadas. No Brasil, por exemplo, a ReMAV-RN, liderada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e a ReMAV-SC, liderada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), estão se preparando para promover um experimento conjunto em vídeo digital entre Natal e Florianópolis, tornando disponível o acervo de vídeo da TV Universitária", conta Simões, sem esquecer de citar também o caso da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que já vem trabalhando com o Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear (CERN) e com o Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech) na formação de uma rede integrada de servidores de vídeo que permite entender como promover a colaboração remota estendida com qualidade. "Existem ainda projetos de desempenho de redes entre as universidades federais do Rio de Janeiro e de Minas Gerais (UFRJ e UFMG) e a Universidade da Califórnia (UCLA) e de colaboração multimídia com suporte de hiperdocumentos entre USP São Carlos e Instituto de Tecnologia de Geórgia (GeorgiaTech)".

Além da ativação das conexões internacionais, outras medidas serão tomadas como forma de impulsionar a infra-estrutura para utilização de Internet2 no Brasil. Uma delas refere-se à meta do programa interministerial de atualizar as conexões das Instituições de Ensino Superior (IFES) e das Unidades de Pesquisa (UPs) à RNP2. Isto significa que importantes iniciativas em educação, como a Unirede - consórcio de 62 instituições públicas de ensino superior - poderão utilizar novos mecanismos para treinamento e capacitação à distância.

"Durante este ano estaremos desenvolvendo, juntamente com os pontos de presença, projetos de implantação de IPV6 (nova versão do Internet Protocol ou IP). Além disso, estão previstos testes de multicast e de QoS (qualidade de serviços em IP para suporte de voz e vídeo)", conta Simões.

Boa parte do que já se conseguiu em Internet2 no Brasil, segundo Simões, deve-se ao investimento de cerca de R$30 milhões só no ano passado, aprovado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e Ministério da Educação e Cultura (MEC). "Outra parcela importante para a concretização da infra-estrutura foi originária da aplicação de recursos de empresas na Lei de Informática. Por meio deles foi possível utilizar importantes equipamentos de comunicação e computação de alta capacidade nos pontos de presença do backbone, como por exemplo, comutadores e servidores adequados aos projetos desenvolvidos", diz.

Apesar dos recentes avanços - e dos R$200 milhões previstos entre 2000 e 2004 - Simões afirma que tudo isso não nasce de um dia para o outro. "Essas novas aplicações que exploram características que estão presentes em novos protocolos de Internet, como qualidade de serviço, multicast e segurança, estão alterando a forma como utilizamos a rede mundial atual, e permitindo a criação de novos serviços e facilidades". O que ele quer dizer é que cada vez mais teremos aplicações Internet2 sendo introduzidas na rede. "Basicamente, a RNP2 oferece para as instituições usuárias do trânsito nacional - entre duas instituições no Brasil - e internacional - entre instituições no Brasil e no exterior- além do peering com provedores comerciais - entre uma instituição de ensino ou pesquisa e uma organização ligada a algum provedor comercial". Hoje é possível utilizar aplicações interativas como videoconferência entre instituições que estão bem conectadas ao backbone. Uma vez em pleno funcionamento, a Internet2 deverá tornar-se disponível para todas as instituições de ensino e pesquisa federais, bem como para outras instituições públicas e privadas de pesquisa aprovadas pelo Comitê Gestor ou que sejam qualificadas por meio de projetos de colaboração ou desenvolvimento de novas tecnologias. Para essas instituições o único custo associado à utilização dos serviços RNP2 é o da conexão ao PoP ou rede estadual. Não existe custo associado ao serviço IP.

fonte: http://www.gazetamercantil.com.br/

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