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Comunidade dispõe de uma plataforma para pesquisa em Internet do Futuro

O Brasil tem uma plataforma para a realização de experimentos em Internet do Futuro em operação e disponível para a comunidade científica. O testbed Fibre – Future Internet Brazilian Environment for Experimentation – é formado por 11 ilhas de experimentação, entre elas a RNP, que permite o acesso a outras instituições interessadas. Cada instituição tem um testbed local e, juntos, eles funcionam de forma federada, contribuindo para a plataforma como um todo.

Segundo o gerente de Aplicações e Comunidades Avançadas, Leandro Ciuffo, outras ilhas estão em implementação nas universidades federais do Espírito Santo (Ufes), Minas Gerais (UFMG), Rio Grande do Sul (UFRGS) e Uberlândia (UFU). Uma foi aprovada durante o evento para implementação na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e outra está em negociação no Uruguai, na Universidad de la Republica (Uderlar).

O Fibre foi um dos projetos aprovados pela primeira Chamada Coordenada entre Brasil e União Europeia e tinha como meta criar uma plataforma de Internet do Futuro no país. A RNP manteve a infraestrutura do Fibre em operação até que o mesmo foi indicado como ferramenta para ser usada pelo projeto FUTEBOL, selecionado pela 3ª Chamada Coordenada BR-UE.

Em abril de 2016, o Fibre contabilizou 199 usuários. De 52 instituições usuárias, 36 delas não fazem parte da federação de testbeds e solicitaram acesso para experimentos e também para o uso em dissertações de mestrado e doutorado. “Encorajamos o uso da plataforma em sala de aula. Em vez de um simulador, vamos usar uma plataforma real em larga escala para chegar a resultados reais”, comentou Leandro.

O palestrante alertou para uma tendência em especializar as ilhas de experimentação para incorporação de novas funcionalidades. “É possível incluir sensores de Internet das Coisas ou agregar uma infraestrutura de cloud computing e, assim, ter mais extensibilidade para incorporar mais recursos no testbed”, afirmou Leandro, ressaltando que o desenvolvimento de um portal mais transparente para o usuário e workshops para capacitação de professores também estão nos planos.

Nesse contexto de Internet do Futuro, o pesquisador da UFBA Leobino Sampaio apresentou o projeto Bambu, que visa implementar uma rede metropolitana para experimentação e inovação em Salvador. O objetivo é trazer os benefícios de redes experimentais para o escopo urbano, fazer experimentos em aplicações, oferecer um ambiente de experimentação para a comunidade científica da Bahia e promover o compartilhamento de recursos computacionais entre instituições.

Segundo Leobino, o nome do projeto, Bambu, foi escolhido pela ideia de flexibilidade, escalabilidade e robustez. “Queremos que ela seja expansível, ou seja, que possa ser ampliada à medida que formos adquirindo novos equipamentos”, explicou.

Um dos projetos viabilizados pela rede experimental, que será construída em sobreposição à rede metropolitana de Salvador (Remessa), é o piloto de Big Data que envolve pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da Bahia. “Por meio dessa nova rede, será possível usar aplicações de recursos computacionais para o processamento de grande volume de dados genômicos e populacionais da Fiocruz”, disse Leobino.