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Diretor do CTIC traça panorama das chamadas coordenadas com a UE e os EUA
O diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Digitais para Informação e Comunicação (CTIC), Lisandro Granville, fez um panorama das chamadas coordenadas entre Brasil e União Europeia em TIC e traçou perspectivas futuras para os pesquisadores presentes no 17º Workshop RNP (WRNP).
Também presidente da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), Granville detalhou o histórico das chamadas coordenadas com a Europa, lançadas em 2010, 2012 e 2015, esta última com recursos administrados pelo CTIC, que é incubado na RNP. “Ao total, foram 14 projetos selecionados, com 17 milhões de euros de financiamento”, afirmou.
A primeira chamada Brasil - UE teve cinco projetos de três anos, nos temas Internet do Futuro, controle e monitoramento em rede, microeletrônica e microssistemas, e infraestruturas eletrônicas, com financiamento de 5 milhões de euros. Com os mesmos recursos e duração, a segunda apoiou quatro projetos, focados em computação em nuvem para a Ciência, aplicações e serviços de TV híbridos de transmissão e de banda larga, tecnologias sustentáveis e serviços e aplicações para uma sociedade mais inteligente.
Lançada no ano passado, a terceira chamada teve cinco projetos financiados, no valor de 7 milhões de euros, por três anos. Os assuntos abordados são computação em nuvem, incluindo aspectos de segurança, processamento de alto desempenho e plataformas experimentais. “Tradicionalmente, era o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) que cuidava desse trabalho. As chamadas eram lançadas no lado europeu e brasileiro, mas não existe obrigatoriedade de haver sincronicidade. Mas, em 2014, no momento em que a terceira chamada estava pronta e os recursos, disponíveis, foi mais rápido passá-los para o CTIC. Assim, por uma questão burocrática, tivemos a sorte de cuidar desses projetos”, detalhou o diretor.
“Na iminência de acontecer, temos a primeira chamada coordenada entre Brasil e Estados Unidos em ciber-segurança, com a expectativa de apoiar cinco projetos, com financiamento de 1,5 milhões de dólares, por dois anos. Os temas serão segurança e privacidade em redes de
computadores, Internet das Coisas e sistemas ciber-físicos e humanos, e detecção de malware. Se tudo der certo, esperamos cobrar 10% de taxas administrativas para as fundações”, revelou.
“Voltando para a chamada com a Europa, a quarta está prevista para 2017, com a expectativa de ter seis projetos selecionados, no valor entre 7 e 8 milhões euros, com duração de três anos. Esperamos ter taxa administrativa cobrada para fundações e financiamento de empresas também, o que é um pouco delicado. Do lado europeu, eles podem receber recursos de empresas, mas aqui não. As empresas europeias podem alocar recursos humanos específicos para projetos. Como no Brasil não permitimos financiamento direto para empresas, acabam sobrando mais recursos para universidades ou centros de pesquisa. Mas o que gostaríamos é que essa possibilidade fosse permitida no país e nós delegaríamos a decisão para quem faz submissão”, defendeu Granville.