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Grupos de Trabalho de fase 1 são apresentados no 17º WRNP
Abrindo as palestras da 17ª edição do Workshop RNP (WRNP), na manhã de 30/5, foram apresentados os quatro Grupos de Trabalho (GTs) de fase 1, do período 2015-2016, três deles focados em aplicações de vídeo.
O GT de Acessibilidade como um Serviço classificou-se como GT-AaS 2.0, dado o seu foco em pessoas com deficiência visual. De acordo com seu coordenador, o pesquisador do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital da Universidade Federal da Paraíba (LAViD/UFPB), Tiago Maritan, existem recursos de acessibilidade já disponíveis para pessoas cegas e surdas, mas o problema é o custo. “A audiodescrição, por exemplo, é um processo muito trabalhoso. Você gasta 60 horas de trabalho para fazer um filme. O custo operacional, só do profissional, é de R$ 3.600 para uma hora. E há inviabilidade em alguns cenários, como a web. De acordo com alguns dados recentes, só no Youtube são publicadas 72h de novos vídeos por minuto. Então, como fazer acessibilidade?”, questionou.
“Existe um problema e um recurso de acessibilidade para resolver, que é proporcionar uma descrição clara e objetiva para todas as imagens e sons nos momentos de intervalo do vídeo. Assim, a ideia é criar um serviço de audiodescrição de forma automática ou semiautomática, o que pode ser feito a partir do roteiro e do vídeo, que passa por um sintetizador de voz. Se não tiver roteiro, é possível usar aplicações de crowdsourcing”, detalhou Maritan.
Na sequência, o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Eduardo Berrére, mostrou o GT Busca Avançada por Vídeos (GT-BAVi), baseada em transcrição de áudio, metadados e anotação semântica. “Meio e sensibilidade. Quando criamos o GT, pensávamos nessas palavras. Algo transparente que vai permear serviços de vídeo que a RNP possui. Para isso, estamos trabalhando no enriquecimento dos termos de busca e aprimorando o valor desses termos através de anotação semântica”, disse.
“Geramos uma videoaula, por exemplo, e vamos disponibilizá-la na ferramenta na RNP. Nem sempre a captação do áudio é feita com o equipamento profissional, nem sempre falamos com a perfeição de um locutor. Ou seja, nossa fala não é facilmente transcrita, mas, através de software, você consegue fazer a descrição dos termos e, depois, a anotação semântica a partir do contexto, o que melhora o processo de busca e dá maior visibilidade ao conteúdo”, explicou Berrére.
O cenário atual de produção maciça de vídeos também inspirou o GT-Sensemaking, um editor de streaming de vídeo, apresentado pela pesquisadora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Maria Amélia Eliseo. “Nosso intuito é pesquisar e elaborar uma plataforma de edição em tempo real (on the fly) de streaming de vídeos, a partir da implementação de APIs de edição de vídeo online. O objetivo é criar um editor que possa fazer recortes, tirar pedaços, inserir legendas, enquanto está sendo ‘streamado’. A ideia é trabalhar com APIs existentes e, a partir disso, editar e integrar com plataforma RNP”, afirmou.
“A diferença é edição com streaming, porque todos os editores permitem alterações após a transmissão. Com a edição on the fly, podemos otimizar o tempo e todo o processo de pós produção”, complementou Maria Amélia.
Por fim, foi apresentado o Grupo de Trabalho Gerenciador de Informações e Infraestrutura de Redes Ópticas (GT-GIIRO), pelo pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Rodrigo Rocha. “A proposta é desenvolver um sistema para gerenciar redes ópticas. Um sistema web, para múltiplos usuários, com dados integrados e controle de acesso. Trata-se de uma ferramenta importante para planejar expansões de redes ópticas e necessidades estratégicas”, garantiu.
A motivação foi a rede Ipê, com seus 27 PoPs (Pontos de Presença) e suas redes metropolitanas, as Redecomeps, cuja complexidade demanda um grande esforço de gestão, “hoje feita sem integração entre informações”. “Não existe uma solução de monitoramento que atenda tudo o que a RNP precisa. Assim, queremos criar uma ferramenta onde as informações estejam centralizadas, com dados de acesso, interoperabilidade, interface mobile e relatórios técnicos e gerenciais. Depois de quatro meses, temos uma aplicação funcional, com banco de dados e interface de edição, com elementos, como postes e cabos”, revelou Rodrigo Rocha sobre o protótipo.