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Os desafios e as implicações da conexão em 100 Gb/s

Jeronimo Bezerra participa do painel de 100 Gb/s

Na tarde de 30/5, os diretores de Pesquisa e Desenvolvimento, Michael Stanton, e de Engenharia e Operações da RNP, Eduardo Grizendi, apresentaram, junto a Jeronimo Bezerra, da Florida International University (FIU), os desafios e as implicações dos 100 Gb/s, capacidade da conexão internacional entre América Latina e Estados Unidos anunciada em 11/5.

Essa interligação amplia a saída internacional da rede acadêmica brasileira, a Ipê, e soma-se aos canais que atualmente ligam Miami a São Paulo. Os enlaces nos cabos submarinos são mantidos pelo consórcio AmLight, que gerencia as conexões entre os Estados Unidos e a América Latina para fins de ensino e pesquisa.

“Esse circuito de 100 G é o primeiro da América Latina a chegar nos Estados Unidos com essa capacidade. Nesse momento, só temos 100 Gb/s de São Paulo a Miami via (Oceano) Atlântico. Em duas semanas, esse estará totalmente em produção, pois ainda temos a pendência de ter usuário com bastante capacidade para fazer testes. Em junho, devemos ter a interligação com Miami via Pacífico e, entre junho e julho, a conexão entre Miami e Fortaleza”, detalhou Jeronimo Bezerra.

De acordo com Eduardo Grizendi, essa conectividade provê uma boa saída internacional para a RNP, que agora objetiva ampliar a escalabilidade de seu backbone. “Só faz sentido ter backbone de 100 G se tivermos as aplicações. Mas temos limites de escalabilidade e em seus acessos. Apesar de termos, nas redes metropolitanas, uma infraestrutura escalável, precisamos construir uma infraestrutura para a RNP facilmente expansível, que vai nos dar possibilidade de acompanhar a demanda e a evolução tecnológica até a vida útil da fibra, com um horizonte de até 25 anos”, disse.

Grizendi destacou, ainda, que “entre dois e três anos, entra em operação o cabo Monet como outra conexão entre os Estados Unidos e o Brasil, quando teremos contrapartida de lambdas (capacidade de conexão) entre [LGG1] Fortaleza (CE) e Lisboa (Portugal), no contexto do projeto Bella (Building Europe Link to Latin America). Nossa missão é construir um backbone de 100 Gb/s e já atender a parte terrestre do Bella, o Bella-T”.

O diretor Michael Stanton mostrou que a RNP possui duas saídas internacionais atualmente, uma via Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas (RedCLARA) e outra pela Amlight, que foi ampliada, mas que também estão em construção sete cabos internacionais que chegam ao Brasil nos próximos anos, que se configuram como novas possibilidades de parceria. Nacionalmente, “o próximo passo é cabear os rios na Amazônia, projeto lançado no ano passado, que prevê o cabeamento de 8 mil quilômetros através dos rios”, afirmou.

Para ele, os eixos de desenvolvimento de todo esse trabalho de conectividade foram traçados entre 2001 e 2015, com o compartilhamento de infraestrutura, “razão de ser de uma rede acadêmica, que compartilha custos”; a hierarquia de conectividade; o potencial de comunicação óptica a longa distância; o desenvolvimento de infraestrutura óptica própria, trabalhada pela RNP no âmbito das Redecomeps; o compartilhamento de infraestrutura com terceiros; e a expansão de fronteiras para áreas de difícil acesso, com o programa Amazônia Conectada.