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Sessão mostra novas possibilidades tecnológicas para educação a distância
Usar a tecnologia como uma aliada para motivar alunos e professores no processo de aprendizado é um dos desafios dos projetos selecionados pelo Programa de Grupos de Trabalho Temáticos em Educação a Distância, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e coordenado pela RNP. Os Grupos de Trabalho apresentaram o status dos projetos na sessão dedicada a EaD no WRNP em Salvador.
Uma das possibilidades para aumentar o interesse dos estudantes é a experimentação remota, objeto de estudo do GT-MRE, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Por meio de soluções em hardware abertas e software livre de baixo custo, o GT desenvolveu experimentos em física, química e matemática em todos os níveis da educação, da básica à superior. “Nossa motivação é prover ferramentas para educação, principalmente pública, uma vez que apenas 8% das escolas públicas no Brasil dispõem de um laboratório de ciências”, afirmou o coordenador do projeto, Juarez Bento da Silva.
O pesquisador diferenciou a experimentação remota da simulação, afirmando que no experimento remoto, o aluno realiza cálculos e chega a valores reais, que são diferentes dos ideais. “A sensação é de realmente agir e esse feedback é interessante porque ele motiva os estudantes”, ressaltou Juarez.
A experimentação remota foi integrada a dispositivos móveis, onde os experimentos são testados em sala de aula e também fora dela, pelos smartphones dos alunos. Além disso, o Grupo de Trabalho também se dedicou a desenvolver materiais técnicos e didáticos voltados para os professores. “Nossa intenção é que os docentes usem essas sequências nos seus planos de aula, criem novas e as compartilhem, a fim de criar um banco com mais recursos”, explicou o pesquisador.
Já o GT-REMAR, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tem como objetivo desenvolver uma plataforma para criação e reuso de recursos educacionais abertos, em especial jogos educacionais. “Acreditamos que a educação precisa ser aberta, onde alunos, professores e revisores podem colaborar e aperfeiçoar os conteúdos”, afirmou o coordenador do GT, Delano Beder.
Os pesquisadores desenvolveram quatro modelos de jogos educacionais customizáveis – Responda se puder, Escola Mágica, Forca e Mahjong - integrados com o ambiente virtual de aprendizagem, para que o mesmo jogo tenha diferentes roupagens, tanto para web como para Android e desktop. “Futuramente, pretendemos integrar a solução com o DSpace, ferramenta de desenvolvimento de objetos de aprendizagem”, informou Delano.
A representante da Capes, Juliana Moccellin, demonstrou o interesse da entidade nas duas plataformas virtuais para o projeto Universidade Aberta do Brasil (UAB) na Nuvem, que prevê um modelo de universidade totalmente virtual. A palestrante informou que, em 2010, foi lançado um edital para que as universidades pudessem receber equipamentos e se estruturarem na modalidade a distância. Também está em desenvolvimento o portal eduCAPES, de acesso público, gratuito e conteúdo aberto.
Hoje, a Universidade Aberta do Brasil (UAB) é uma rede de 104 instituições de ensino superior e cada uma oferece a sua modalidade de ensino a distância, com material de cursos não aberto ao público.