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Rede acadêmica terá infraestruturas definidas por software até o final deste ano

07/05/2018 10:27

A RNP trabalha atualmente no projeto IDS – Infraestruturas Definidas por Software – que propõe um serviço de orquestração de recursos computacionais e de redes virtuais programáveis, utilizando o modelo de Redes Definidas por Software (SDN, em inglês). O potencial desse novo paradigma e de funções virtualizadas de redes (NFV) foi o tema abordado na abertura do WRNP 2018.

Uma das frentes do projeto IDS é o SDN Overlay, adoção incremental de SDN à rede acadêmica brasileira, a rede Ipê. Ou seja, o projeto constrói uma arquitetura sobreposta (overlay) que não entra em conflito com a infraestrutura e serviços de rede atuais. “Quando se automatiza, ou seja, quando se tira a intervenção humana, você reduz erros”, afirmou o coordenador do projeto IDS na RNP, José Rezende.

Com início em 2016, o projeto SDN Overlay prevê a implementação de dez switches com suporte para tecnologia de virtualização na rede acadêmica até o final deste ano. “A princípio serão utilizados os nós virtuais do testbed Fibre”, revelou o coordenador do projeto na RNP, Marcos Schwarz.

Para a orquestração de recursos, o projeto utilizou uma solução baseada no framework ONOS, controlador SDN que permite gerenciar todos os recursos desenhados na rede sob demanda. Saiba mais

A comunidade de pesquisa desenvolve soluções de Internet Avançada para explorar essa nova infraestrutura, como é o caso do GT-Nosfverato, que cria uma plataforma de virtualização com NFV open-source com SDN utilizando Openstack e Tacker. O coordenador do projeto e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Moises Ribeiro, alertou que “não basta virtualizar, mas é preciso gerenciar e orquestrar esses elementos de forma integrada e eficiente”. 

Já o GT-FENDE propõe um ecossistema completo, não apenas para a disponibilização de funções virtualizadas de rede mas também para o desenvolvimento de novos serviços. “Soluções baseadas em software possibilitam uma maior flexibilidade, com mecanismos adequados que facilitam o surgimento de novas funções e serviços”, afirmou o professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Carlos Ranieri.

Para o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Christian Esteve Rothenberg, que realizou uma apresentação sobre serviços de orquestração multidomínio, o NFV traz a possibilidade de compartilhamento de infraestrutura e abre novos modelos de negócios. “Como qualquer transição, traz um conjunto de riscos e barreiras organizacionais. O NFV faz com que algumas funções de rede sejam repensadas. As operações de redes não são mais iguais”, avaliou.

Assista na íntegra ao painel sobre Infraestruturas Definidas por Software no portal Vídeo@RNP.