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Redes avançadas do Brasil equiparam-se às similares estrangeiras

RNP e Fapesp mantêm redes inovadoras de alta capacidade


O tema central do 9º Workshop RNP (WRNP), promovido pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) nos dias 26 e 27 de maio, era o futuro das redes avançadas no Brasil. O objetivo era discutir cenários possíveis para os próximos cinco anos. Neste sentido, foram realizadas palestras sobre novos serviços, tecnologias e aplicações; redes avançadas mundiais; projetos de colaboração internacional; e possibilidades de usuários destas infra-estruturas de alto desempenho.

Na manhã de terça-feira (27), o diretor de Inovação da RNP, Michael Stanton, fez um breve relato do status das redes coordenadas pela instituição: a rede Ipê, que tem um número crescente de participantes incluindo universidades, escolas agrotécnicas e centros de pesquisa; as metropolitanas, iniciadas em 2004 com a Metrobel (Belém); e a Giga (experimental), cujo projeto sucessor está sendo negociado com o Ministério das Comunicações. Além disso, falou do acesso da RNP a conexões internacionais como a Whren/Lila (São Paulo-Miami), a Rede Clara (América Latina) e a Géant (Europa).

Se em 1988, início da Internet acadêmica no Brasil, a tecnologia bitnet provia conexões de até 9,6 Kbps, a rede, em sua quinta geração, alcança a faixa de multigigabit. O que seria então a sexta geração? Segundo Stanton, as demandas da e-ciência e outras aplicações, especialmente as que envolvem parceiros internacionais, requerem novas soluções de rede que dêem conta da grande troca e armazenamento de dados. Novas arquiteturas, chamadas híbridas, já usadas em países como o Canadá e a Holanda, podem ser uma dessas soluções. Elas adotam circuitos virtuais em redes de pesquisa simultaneamente ao uso da tradicional tecnologia de redes de roteadores Internet.

O representante da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Luís Lopez, falou de dois importantes projetos financiados por esta: a rede acadêmica de São Paulo (Ansp) e a KyaTera. O primeiro completa 20 anos em 2008 e funciona como um provedor de Internet comercial para as universidades daquele estado. Já o segundo, é uma cooperação que usa uma rede de fibras ópticas e reúne mais de 400 pesquisadores de 32 laboratórios, interligados por meio de uma rede estável de 1 Gbps.

O objetivo da KyaTera é gerar conhecimento em redes e aplicações da Internet avançada. Hoje, são mil quilômetros instalados de fibra óptica própria e mais três mil quilômetros doados por uma operadora de telefonia.

Experiências internacionais

Em seguida à sessão sobre as redes brasileiras, representantes de redes acadêmicas do Canadá (Canarie), dos Estados Unidos (Internet2) e de países europeus (Géant) trouxeram sua experiência com redes híbridas e outras inovações.

Bill St. Arnaud, da Canarie, defendeu o uso de tecnologias “verdes”, que contribuam com menos emissão de gás carbônico. Apresentou uma iniciativa canadense de criação de centros de dados de emissão zero de carbono, que envolve processos de virtualização computacional e redes ópticas. “A Tecnologia da Informação é um grande colaborador para o aquecimento global. O uso da internet, com toda a estrutura que requer, como computador, ar-condicionado e energia, já ocupa o quinto lugar entre as fontes do aquecimento global”, anunciou. Segundo Arnaud, a meta é diminuir de 15 a 30% a emissão de gases nocivos à atmosfera até 2020.

O palestrante Guy Roberts falou da Géant, a maior rede informática multigigabit do mundo dedicada ao ensino e pesquisa. Atualmente, alcança 34 países da Europa, 3.500 instituições usuárias e 12 mil quilômetros de fibra óptica.

A rede usa infra-estrutura híbrida, que envolve tecnologias de redes de roteadores Internet e circuitos fim a fim. “Essa foi realmente uma importante mudança em termos de arquitetura de redes. Hoje temos dez vezes mais capacidade de tráfego.” Quanto ao futuro, ele avisa: “Queremos trabalhar com protocolos de domínios múltiplos. Este é o nosso desafio: fornecer uma infra-estrutura que seja compartilhada entre vários domínios, sem longo tempo de espera”, disse Roberts.

Rick Summerhill, da Internet2, faz coro com o colega. Para ele, as aplicações com grande demanda de banda ganharam muito com o desenvolvimento das redes híbridas.

Enquanto as apresentações dos três palestrantes foram presenciais, Maxime Brown, coordenadora do Laboratório de Visualização Eletrônica da Universidade de Illinois, falou para a platéia, de Chicago, por videoconferência. Ela mostrou recursos de ponta utilizados pela cooperação internacional Global Lambda Integrated Facility (Glif), que faz compartilhamento de tráfego de redes ópticas para a pesquisa através de circuitos exclusivos.

A iniciativa reúne gestores de redes de pesquisa de diversos países. Ela parabenizou o Brasil por ser o mais recente parceiro da Glif. A RNP, a Ansp, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e o projeto KyaTera formalizaram a parceria em abril e poderão pesquisar os benefícios dos circuitos fim a fim, uma tendência mundial.

Após o término do workshop, pesquisadores, usuários e executivos da área de redes reuniram-se, no dia 28, para traçar um plano de estudos sobre o futuro da rede Ipê. Foi proposta a criação de alguns grupos de trabalho – a saber: comunidades de usuários e suas aplicações de maior demanda; infra-estrutura; arquitetura e tecnologias de redes; e suporte a aplicações de usuários – com alguns subtemas, tais como inclusão digital, redes de campi, questões regionais e desafios econômicos. Ficou estabelecido que os grupos devem apresentar suas recomendações à RNP em um workshop a ser realizado em março de 2009. A reunião foi fechada para convidados.

Acompanhe a cobertura completa do 9º Workshop RNP em http://www.rnp.br/wrnp/2008/noticias.html.

[RNP, 02.06.2008]

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Veja também:

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