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Uma conexão mil vezes mais rápida

Internet 2, que está sendo desenvolvida pelo meio acadêmico, terá velocidade superior a um gigabit e já funciona nos Estados Unidos


Jornal O Dia

Julio Preuss e Patricia Diniz

12.03.1999


Já pensou em navegar pela Internet com uma velocidade até mil vezes maior do que a atual? E ter acesso a bibliotecas virtuais multimídia e telemedicina? Essa realidade pode ser encontrada nos Estados Unidos. No fim de fevereiro, a University Corporation for Advanced Internet Development - UCAID - inaugurou a rede Abilene, de 21 mil quilômetros de fibra óptica e com 2,4 gigabits por segundo, isto é, entre cem e mil vezes mais veloz do que a Web comercial. Essa rede, com sede em Washington, faz parte do projeto Internet 2 (I2), idealizado para integrar com rapidez e eficiência centros universitários e órgãos governamentais do Estados Unidos e do mundo.

Na lista dos privilegiados estão 37 universidades americanas, instituições do governo e empresas patrocinadoras, como a Cisco, IBM e Nortel, que já integram o projeto desde sua criação, há três anos. A expectativa é que até o ano 2000 mais de cem instituições unam-se à nova rede. Os investimentos do Governo dos Estados Unidos já somam 500 milhões de dólares.

Assim como a Internet de hoje foi estruturada nas salas das universidades americanas, a I2 deverá seguir o mesmo caminho. Ela está sendo desenvolvida para oferecer serviços de alta qualidade aos internautas, como videoconferência e realidade virtual, que são difíceis de serem concretizados atualmente. Para isso, pesquisadores americanos resolveram, através do projeto Internet 2, criar novos protocolos e serviços capazes de garantir a qualidade para o usuário final. "Diferente do que muitos imaginam, essa Internet não é uma nova rede física, mas sim um novo patamar para as tecnologias utilizadas no ciberespaço", explica José Luis Ribeiro Filho, Coordenador-Geral da Rede Nacional de Pesquisas, órgão responsável pelo projeto no Brasil.

Os benefícios não são poucos, principalmente para aplicações utilizando multimídia e interatividade em tempo real. Os cientistas poderão, por exemplo, acompanhar, a distância, experiências ou operações feitas em laboratórios com imagens de alta definição.

Depois que toda essa tecnologia for testada na rede Abilene e integrada na Internet atual, uma nova onda de aplicações comerciais começará a emergir, com imagens em 3D. "Assim como ocorreu na Internet que conhecemos hoje, no futuro, as conquistas da Internet 2 serão absorvidas pela iniciativa privada", diz José Luis.

fonte: http://www.odia.com.br

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