| Uma nova rede no arA Internet 2, já funcionando nos EUA, estréia no Brasil com anúncio da Rede Rio 2 Jornal do Brasil Marcelo Bernstein 29.04.1999 Uma rede mundial com altas velocidades de acesso, interligando universidades, centros e instituições de pesquisa. Alguns dirão, com certeza: mas, esta é uma descrição da Internet na época que foi criada para servir como infra-estrutura para interligação entre a comunidade científica no mundo inteiro! Mas, na verdade, trata-se da Internet 2, uma nova espinha dorsal mundial de alta velocidade para interligar a comunidade científica e possibilitar o desenvolvimento de aplicações como tele-educação, tele-medicina e troca de dados entre supercomputadores localizados em diferentes pontos do mundo. O projeto da Internet já percorreu um longo caminho desde a sua concepção como rede de processamento de informações da defesa norte-americana, no auge da guerra fria, até sua explosão como a grande ferramenta de negócios deste final de século e do início do próximo. Gargalos - Diante do crescente gargalo de processamento para aplicações de computação científica com altos volumes de dados, a dificuldade de instalação de mais largura de banda para as pesquisas científicas acabou servindo de alavanca para a definição de uma nova infra-estrutura de rede mundial voltada novamente só para a comunidade acadêmica, a Internet 2, que surge como uma espinha dorsal responsável pela interligação das universidades e centros de pesquisa em todo o mundo. Aproximadamente 3 anos e US$ 500 milhões depois do início do projeto nos Estados Unidos (começou em outubro de 96), a nova teia acadêmica começa a tomar uma forma mais definida nas terras de Tio Sam, com a interligação de 70 universidades, centros de pesquisa e empresas parceiras do projeto em território norte-americana - com a previsão de interligação de mais 140 universidades até o ano 2000. Hoje, com a participação de pesos-pesados da indústria de tecnologia mundial como IBM, Cisco, 3Com, Silicon Graphics e Nortel, só para citar alguns dos parceiros privados envolvidos no projeto, a Internet 2 está decolando nos Estados Unidos em cima de uma espinha dorsal de fibra óptica que cobre todo o território de leste a oeste. Uma parceria fundamental para a concretização da infra-estrutura de comunicação de dados a 2,4 Gbps, ou seja, uma velocidade cerca de 45 mil vezes mais rápida que o acesso Internet feito por um modem de 56 Kbps. RNP2 - No Brasil, a Internet 2 começou um ano atrasada, em outubro de 97, com a definição da evolução, por parte da Rede Nacional de Pesquisa (RNP - responsável pela infra-estrutura Internet que vem sendo usada no país), do atual backbone da rede acadêmica - que tem velocidades máximas de 2 Mbps - para a nova espinha dorsal com tecnologia ATM (Asynchronous Transfer Mode) e velocidades médias de 155 Mbps nas redes regionais do backbone. O procedimento adotado aqui para a montagem da Internet 2 no país foi o da montagem de consórcios reunindo universidades, entidades de pesquisa/governamentais e empresas privadas para a montagem das novas redes metropolitanas de alta velocidade. Com o lançamento do edital para a formação das REMAVs (Redes Metropolitanas de Alta Velocidade) nas principais áreas do País como Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia e Ceará, o objetivo é ter um novo backbone com alta capacidade de processamento interligando todos as 800 instituições acadêmicas em 26 estados brasileiros que hoje se encontram conectadas na estrutura atual da Rede Nacional de Pesquisa, a RNP 1. Atualmente, os consórcios já se encontram em fase avançada de implantação da infra-estrutura das redes metropolitanas de alta velocidade, sendo que alguns deles se encontram um pouco mais adiantados, como é o caso do Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas e Porto Alegre, onde já foram feitos anúncios de início de operação (caso do Rio de Janeiro) e de desenvolvimento de aplicações (São Paulo, Campinas e Porto Alegre). No caso do Rio de Janeiro, o anúncio do início da operação da Internet 2 em terras cariocas (batizada de Rede Rio 2) foi feita na semana passada, quando os responsáveis pelo consórcio (Coppe, Faperj, CBPF, PUC-RJ, Fiocruz e Telemar Rio) mais o governo do estado promoveram uma teleconferência interligando as várias instituições envolvidas para demonstrar o potencial das tecnologias que começam a ser usadas na nova espinha dorsal, como multimídia interativa e vídeo on-demand. Aplicações - Na verdade, as aplicações previstas durante o lançamento da Rede Rio 2 aproveitam recursos da tecnologia ATM que possibilitam a transmissão de imagens de vídeo, voz e dados em tempo real e com garantia de integridade das informações transmitidas dentro da rede. De acordo com o coordenador científico da Rede Rio, Luiz Felipe de Moraes, a Internet 2 vai permitir o desenvolvimento de aplicações como a transmissão de imagens de cirurgias, vídeo-conferências em tempo real e processamento cooperativo entre laboratórios localizados em vários pontos do globo. A Internet também deverá servir para concretizar os famosos projetos de modernização administrativa das máquinas governamentais de estados como Rio e São Paulo, onde já foram anunciados projetos de intranets governamentais utilizando a infra-estrutura local da Internet 2, como no caso do projeto Rede Rio Governamental lançado pelo governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, e com investimentos previstos de R$ 10 milhões nos próximos 12 meses. As aplicações possíveis para a nova infra-estrutura são muitas e as mais variadas, porém o que parece mais importante é a preocupação de retorno dos investimentos que estão sendo feitos pela sociedade na Internet 2. Para o diretor da Coppe, Segen Estefen, "a comunidade vai retribuir o investimento com o desenvolvimento aplicações capazes de alavancar o crescimento econômico e social do país como um todo". fonte: http://www.jb.com.br |