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Aplicações em tempo real


Jornal do Brasil

Marcelo Bernstein

29.04.1999


Tele-medicina, computação de alto desempenho, intranets governamentais e tele-educação. Estas são algumas das principais aplicações a serem desenvolvidas para a infra-estrutura de alta velocidade da nova versão acadêmica da Internet, a Internet 2.

Com a entrada em operação da Rede Rio 2 - a primeira Rede Metropolitana de Alta Velocidade a entrar em operação dos consórcios regionais ligados à Internet 2 e à Rede Nacional de Pesquisa (RNP) - vários projetos começam a sair do papel e entrar efetivamente em desenvolvimento em diversos centros das instituições de pesquisa do Rio de Janeiro.

Com alguns em fase ainda embrionária e outros um pouco mais avançado, vários destes projetos, que estão sendo gestados em diversas unidades acadêmicas do estado, como os existentes no Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Coordenação de Pesquisas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), também da UFRJ e responsável por boa parte do trabalho de montagem da espinha dorsal da infra-estrutura de alta velocidade regional do Rio de Janeiro.

De acordo com o diretor da Coppe, Segen Estefen, a Internet 2 e suas aplicações têm como papel principal serem ferramentas utilizadas pela "ciência e tecnologia para alavancar o desempenho econômico e social da sociedade como um todo".

O diretor da Coppe acredita, então, que o desenvolvimento - em regime de parcerias com empresas do setor privado - de aplicações nas áreas médica, educacional e de pesquisas básica e aplicada são fundamentais para o aproveitamento do potencial oferecido pela Internet 2 e sua capacidade de tráfego de dados a 155 Mbps.

"A comunidade científica retribuirá o investimento que está sendo feito na montagem da Internet 2 com o desenvolvimento de aplicações fundamentais para a nossa sociedade", garante.

Segen Estefen ressalta, ainda, a necessidade de acessos de alta velocidade para aplicações científicas que exigem grande capacidade de tráfego de dados. "Do ponto de vista da Coppe, a infra-estrutura da Internet 2, através da Rede Rio 2, é fundamental para nossas aplicações de computação de alto desempenho como são as pesquisas nas diversas áreas da engenharia", aponta.

Multimídia - Outra das aplicações a serem desenvolvidas tirando proveito da arquitetura ATM (Asynchronous Transfer Mode) de alta velocidade da Rede Rio 2 deverá ser a multimídia, com a integração de vídeo, dados e voz em tempo real e on-demand.

Segundo o coordenador científico da Rede Rio, Luiz Felipe de Morais, um dos maiores esforços será o desenvolvimento de aplicações multimídia que permitam a explorar a velocidade da rede e recursos como Qualidade de Serviços existentes no padrão ATM utilizado na montagem da infra-estrutura da rede no Rio de Janeiro.

"Com a possibilidade de recursos que nos garantem a integridade das informações e sua transmissão praticamente em tempo real, nós vamos trabalhar na criação de aplicações multimídia para áreas como treinamento e educação à distância, além da possibilidade de realização de vídeo-conferências entre pesquisadores localizados nos mais diversos pontos geográficos", explica.

Luiz Felipe afirma que a infra-estrutura da Internet 2 vai possibilitar a interação real entre pesquisadores e laboratórios, que podem estar localizados dentro do Brasil ou não. "Junto com a 3Com, que é um dos nossos parceiros, estamos interagindo com o Laboratório de Alta Velocidade desta empresa nos Estados Unidos e estamos definindo o projeto de Laboratório Colaborativo", adianta.

Fomento - Para um dos principais patrocinadores e financiadores do projeto da Rede Rio 1 e 2, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), a Internet 2 deverá servir como um grande pólo aglutinador de iniciativas acadêmicas em parcerias com o setor privado. Para o presidente da Faperj, Fernando Peregrino, o lançamento do programa terá como um de seus principais pontos fortes a aglutinação e coordenação de diversos projetos e iniciativas que hoje estão acontecendo de forma isolada, dentro da comunidade acadêmica e científica.

"A Faperj vai atuar como um núcleo de fomento e desenvolvimento de projetos de aplicações de instituições acadêmicas com empresas privadas, além de cumprir seu papel de garantir o treinamento de pessoal para a operação da rede", informa.

A idéia é a de garantir a viabilidade da criação de programas e aplicações acadêmicas/sociais, públicas, comerciais e educacionais, de acordo com o presidente da Faperj.

Cardiologia - Nos outros consórcios regionais da Internet 2, o foco do desenvolvimento de aplicações é bastante semelhante. O consórcio liderado pela USP - que se encontra também bastante adiantado - está priorizando aplicações de tele-medicina.

A aplicação - que inclui a participação do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas em São Paulo e a Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo - pretende possibilitar a troca de imagens geradas pelos exames cardiológicos em tempo real. Ao mesmo tempo, já se encontra em fase de projeto uma aplicação de tele-educação dentro de um esforço conjunto que está sendo feito pela PUC-SP e a Net SP.

No Rio Grande do Sul, o enfoque inicial é semelhante e a infra-estrutura da Metropoa (Rede Metropolitana de Alta Velocidade de Porto Alegre) será usada para viabilizar um sistema de vídeoconferência e multimídia interativa para aplicações de educação à distância e de tele-medicina.

O consórcio da Unicamp está desenvolvendo o uso do potencial da Internet 2 para projetos de ensino dirigido à área médica e para o trabalho e formação de professores. No caso de Campinas, a universidade está testando o uso de servidores de chat, áudio e vídeo para estas aplicações.(M.B.)

fonte: http://www.jb.com.br

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