| Brasil começa a montar a sua Internet 2, a Ferrari das redesAté o meio do ano, as redes metropolitanas de alta velocidade (Remavs) estarão testadas e a RNP constrói a espinha dorsal da I2. A rede pode trafegar dados a velocidades de até 2,5 gigabits por segundo Jornal da Tarde Jô Elias e Luís Carlos Mitter 19.05.1999 Você acha a Internet lenta e carregada? Imagine uma rede mundial que usa links de alta velocidade, coisa pra mais de 155 Mbps e podendo chegar a 2,5 gigabits (bilhões de bits) por segundo e ainda por cima com pouca gente conectada? Sonho? Não, é a Internet2, uma rede muito veloz criada para interligar universidades e centros de pesquisas. Capitaneado pela National Science Foundation, o projeto da I2 nasceu nos Estados Unidos em outubro de 96, e hoje já conecta 155 instituições acadêmicas, com o apoio de mais de 50 empresas. As primeiras aplicações são de telemedicina e tele-educação. No Brasil, a Internet2 começa a ser desenhada. Já estão sendo instaladas 12 redes metropolitanas de alta velocidade (Remav) espalhadas pelo País - a mais avançada é a Rede Rio 2 e na seqüência a Remav-SP. As Remavs são formadas por institutos de pesquisa, universidades e têm apoio de empresas privadas e operadoras de telecomunicações. Na semana passada, foi realizado um encontro em Curitiba para discutir os rumos das Remavs e da I2 no Brasil. Segundo explicou José Luis Ribeiro, coordenador da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), que cuida do projeto no Brasil, as Remavs estarão testadas até o meio do ano. O passo seguinte é formar o backbone da RNP para a I2 aqui. Até o fim do ano 2000, a rede brasileira estará conectada à americana, contou Ribeiro. As 12 Remavs que integram a primeira fase estão nas principais cidades do País: São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife, Natal, Goiânia, Florianópolis, Fortaleza e uma outra que será escolhida dia 25 para ocupar o lugar vago pelo extinto consórcio do Maranhão. Ferrari X Gol mil Para a maioria dos mortais, entrar na Internet2 é como sonhar com uma Ferrari enquanto na garagem descansa um surrado golzinho mil. Por enquanto, navegar com uma velocidade de 155 Mbps ou até mais é apenas um sonho para gente como a gente. Por enquanto. Em um futuro não muito distante, a Internet toda será como a I2. É o que dizem os envolvidos com esta rede superveloz. Para começar, explica Ribeiro, da RNP, as Remaves terão acesso a 34 Mbps e, até o fim do ano, migrarão para 155 Mbps. Essa nova estrutura em fibra óptica é baseada em tecnologia ATM (Asynchronous Transfer Mode). Mas já existem estágios mais avançados como, por exemplo, no Canadá, que começa a operar em junho a 2,5 gigabits por segundo (Gbps). Em São Paulo, a Telefônica também inaugura, em três meses, uma fibra óptica de 2,5 Gbps que ligará a USP à Unicamp. Mas essa evolução não pára por aí. Uma nova tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) amplia a capacidade de transmissão das redes com o uso de múltiplos feixes de luz dentro de uma mesma fibra. Com esse sistema, chamado de WDM (Wavelenght Division Multiplexing), estão sendo feitos testes com velocidades que chegam a espantosos 80 Gbps em uma mesma fibra. Segundo José E. Azarite, gerente da Divisão de Negócios do CPqD, o sistema será fundamental quando ocorrer a migração da Internet comercial para a Internet2, aproveitando a infra-estrutura já existente. A banda larga é necessária pelas características pesadas das aplicações de educação e medicina, que utilizam muitos recursos de vídeo, áudio e muitas vezes operam computadores de alta performance. O objetivo a longo prazo é beneficiar as cerca de 800 instituições acadêmicas nos 26 estados brasileiros que utilizam, hoje, a lenta estrutura atual da Internet comercial. fonte: http://www.jt.com.br | Notícias coordenadas: O projeto da Embratel ligará o País à Europa, África e América do Sul, por cabo submarino. IBM e 3Com doam equipamentos para a Internet2 brasileira É a Remav-SP, fruto de um consórcio entre USP, PUC-SP, Unifesp, Incor, Net, Telefônica. A rede terá links de 155 Mbps Nos hospitais, a Rede poderá salvar vidas A Internet2 vai permitir a realização de diagnósticos a distância. Em casos de urgências, se o exame estiver na Rede, o médico ganhará um tempo valioso |