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Pesquisadores discutem o futuro da Internet no 12º WRNP

Painel encerrou o evento nesta terça-feira

Autor: RNP


 

A 12ª edição do WRNP foi encerrada com um painel sobre redes experimentais para pesquisa em Internet do Futuro. A atividade foi aberta pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da RNP, Michael Stanton e contou com a presença dos pesquisadores Marcos Salvador, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD); Antonio Jorge Abelem da Universidade Federal do Pará (UFPA); José Augusto Suruagy Monteiro, da Universidade Salvador (Unifacs); Serge Fdida, da Universidade Pierre e Marie Curie (UPMC/França); e Thanasis Korakis, Universidade da Tessália (UTH, Grécia).
 
Stanton iniciou sua apresentação explicando o conceito de Internet do Futuro (Future Internet - FI). O termo FI é relativo a uma ampla iniciativa de pesquisadores ao redor do mundo para identificar os rumos tecnológicos que a rede mundial de computadores deverá tomar nos próximos anos. A motivação para isto é que ao longo dos anos, a Internet cresceu de maneira desorganizada, recebendo uma série de extensões que a transformaram em uma espécie de “colcha de retalhos”. Isto não somente dificulta o desenvolvimento de novas aplicações, como prejudica o crescimento da rede, além de abrir brechas de segurança e acarretar uma série de outros problemas.
 
Por conta deste cenário, há um entendimento crescente entre os pesquisadores em redes de computadores que as soluções para a maioria destes problemas dependerão de um redesenho da atual arquitetura da Internet. A partir disto surgiu o conceito de FI.
 
Ao mesmo tempo em que a preocupação com o futuro da rede aumenta, a validação de novas propostas para a Internet é comprometida devido a dificuldade de testá-las em larga escala. Essas dificuldades limitam severamente a possibilidade de modificações que podem ser estudadas de maneira experimental. A isto é dado o nome de “calcificação” da Internet, que se torna progressivamente resistente à mudança, explicou o diretor.
 
Cooperação internacional

Segundo Stanton, as discussões mundiais pensando na Internet “pós-2015” se intensificaram a partir de 2005. O Brasil vem participando de maneira crescente desta discussão desde 2008.
 
Abelem ressaltou as vantagens de uma dessas iniciativas, o Future Internet Experimentations between Brasil and Europe (FIBRE). “É uma parceria do Brasil com a União Europeia (UE) que permite que criemos um ambiente experimental no Brasil integrando-o a UE, possibilitando também o teste de diversas tecnologias em escala intercontinental”. O pesquisador lembrou que Europa, Estados Unidos e Japão já possuem esses ambientes experimentais.“O Brasil não pode se dar ao luxo de perder esta oportunidade singular que deve ser muito bem aproveitada por academia e indústria”, completou. O FIBRE é formado por 15 instituições, sendo nove brasileiras e seis europeias.
 
Encerrando o painel, Michael Stanton destacou que “Há muitos anos seguimos os avanços como espectadores, adotando tecnologias construídas em outros lugares. Temos medido nosso sucesso calculando a distância entre nós e os países que estão mais adiantados neste sentido. Acredito que presentemente há uma oportunidade de parar de ‘correr atrás do bonde’ dos avanços tecnológicos e entrar nele, para viajarmos juntos”, concluiu.