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Terra preta arqueológica: um dos solos mais ricos do mundo


Há mais de 100 anos, cientistas registraram a ocorrência da Terra Preta Arqueológica (TPA) e constataram a elevada fertilidade desses solos. No entanto, pouco se sabe sobre as terras pretas, e as informações estão restritas a cerca de 20 pesquisadores que se dedicam ao assunto. Dirse Kern, do Museu Paraense Emílio Goeldi, localizado em Belém (PA), faz parte deste grupo. No segundo dia do VideoconCiência, a pesquisadora falou sobre a TPA a alunos de escolas no Rio de Janeiro, Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

Dirse Kern, que estuda a TPA desde 1986, explicou que a Terra Preta Arqueológica - também chamada de Terra Preta de Índio ou simplesmente Terra Preta - tem essa denominação porque é encontrada em sítios arqueológicos, onde viveram grupos pré-históricos. A alta fertilidade desses solos se deve ao acúmulo de material orgânico (ossos, carapaças, conchas, fezes, urina, etc.) depositado na aldeia indígena na pré-história.

Videoconferência SBPC

As populações ribeirinhas na Amazônia, onde está concentrada a maior incidência deste tipo de solo, derrubaram, na prática, o mito de que os solos da região são pobres e impróprios para a agricultura. Agricultores utilizam a terra preta há muito tempo para o cultivo de subsistência, sem qualquer prática de manejo e o solo continua fértil.

Com o apoio da arqueologia e da geoquímica, o que se pretende agora é produzir a terra preta arqueológica. Os benefícios são muitos. A criação de uma “terra preta nova” impediria a utilização de sítios arqueológicos para o plantio de subsistência e ajudaria o pequeno agricultor, além de possibilitar a utilização desta terra em solos de baixa fertilidade, como o cerrado.

Após esclarecer dúvidas de alguns alunos, Dirse finalizou a palestra chamando a atenção para a existência da biopirataria de terra preta e de outras espécies na Amazônia. “Isto só acontece porque o Brasil não tem conhecimento a respeito de sua biodiversidade. O governo precisa cada vez mais acionar os pesquisadores para evitar este tipo de crime”, alertou a pesquisadora.

Clique aqui para assistir à palestra.

[RNP, 17.07.2007]

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