RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

english | español


 

 
RNP na Mídia 
 

Brasil na era da Internet2

Voltada para educação à distância, rede contribui para democratizar conhecimento


Gazeta Mercantil

Ediane Tiago

21.12.1999


Com objetivo de proporcionar um serviço de qualidade para teleducação e telemedicina, a Rede Metropolitana de Alta Velocidade da cidade de São Paulo (RMAV-SP) possui uma infra-estrutura capaz de transmitir dados com velocidade de 155 Mgbps (Megabits por segundos). A rede vai interligar as 8 instituições participantes do consórcio RMAV-SP, que absorveu esforços da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), Centro de Computação Eletrônica da USP (CCE), Pontifícia Universidade Católica (PUC), Instituto do Coração (InCor), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp - antiga Escola Paulista de Medicina), Telefônica e GloboCabo.

Outra característica da rede paulista é que ela vai contar com um backbone de contingência. Além dos enlaces de fibra instalados pela Telefônica, as informações poderão trafegar pelos cabos da NET, empresa de TV a cabo que pertence à GloboCabo. "Se acontecer algum problema com a infra-estrutura da Telefônica, começaremos a operar com a NET imediatamente e vice-versa", explica Wilson Vicente Ruggiero, diretor do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores da USP (LARC).

A estrutura de transporte de dados envolve cerca de 120 Km de cabo de fibra óptica na região metropolitana de São Paulo. Cada instituição tem um equipamento para recepção e transmissão de aplicações para Internet2 (Comutadores com tecnologia para operar com redes Asynchronous Transfer Mode - ATM).

Para iniciar a implantação da rede, cada participante do consórcio RMAV-SP recebeu um kit de equipamentos da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) composto de: um comutador ATM; um servidor Unix, com placa de rede ATM; três computadores PC-Pentium 166, com interfaces para rede ATM; um comutador de rede local Ethernet 12 portas 10 Mbps e uma porta ATM 155 Mbps. "Os equipamentos enviados tinham a configuração mínima para colocar a rede em operação. No entanto, precisamos investir em máquinas mais atuais e velozes para melhorar o desempenho de nossas conexões. Não adianta ter uma rede rápida com computadores lentos.", adverte Ruggiero.

Só no LARC, a rede conta com cinco servidores e quatro estações de trabalho, e também switches que permite a ligação entre redes, como a da rede local Ethernet do laboratório com a rede ATM. 0 equipamento que conecta a EPUSP ao backbone da RMAV-SP também é de alta capacidade. Além disso, a preocupação com a proteção das aplicações para Intemet2, criadas pelos profissionais da EPUSP, incentivou a montagem de um centro de armazenamento, distribuição e produção de material multimídia. Dois dos servidores do LARC, com conexão ATM, são responsáveis pela distribuição dos vídeos feitos pela universidade. Para o armazenamento, o LARC utiliza um jukebox (memória terciária de grande capacidade). "Quando o aluno quiser assistir a uma aula que foi gravada, terá que se conectar a esses servidores e baixar o arquivo. Assim conseguiremos controlar o acesso a esses materiais, evitando que sejam copiados e utilizados indevidamente", explica Ruggiero.

A preocupação com a segurança e a garantia de serviços da Internet2 não pára por aí. A EPUSP instalou um sistema da IBM, o Tivoli, para monitorar toda a rede. Com o software os operadores do LARC conseguem enxergar a topologia da RMAV-SP e verificar todas as conexões. 0 Tivoli permite o controle estatístico de horários de pico, que será fundamental para evitar congestionamento na Internet2. "0 nosso objetivo é controlar e monitorar o tráfego. Com o sistema conseguimos identificar conexões que estão com problemas e até mesmo configurar placas em outros locais sem sair do LARC", diz Ruggiero.

0 sucesso da infra-estrutura montada para Internet2 em São Paulo já causa entusiasmo para a ampliação da rede acadêmica de alta velocidade no Estado. A Fapesp, o ponto de acesso da RMAV-SP com a RNP2, aproveitou o evento de lançamento da RMAV-SP e da REMET- Campinas para anunciar o projeto de criação da rede acadêmica de alta velocidade de São Paulo, a Advanced Academic Network at São Paulo (Advanced ANSP). A fundação já coordena a rede ANSP, que opera com a Internet1, e pretende ligar 10 cidades do interior paulista à nova rede da capital. "A Telefônica vai participar do projeto colocando à disposição os cabos de fibra óptica para montarmos o backbone das cidades. Também estamos negociando com a Nortel as condições para fornecimento de alguns equipamentos. Nosso próximo passo é buscar mais parceiros.", diz o coordenador da rede Advanced ANSP, Hartmut Richard Glaser.

Além da cidade de Campinas, que está com sua rede metropolitana pronta, a Advanced ANSP pretende criar um backbone capaz de alcançar as cidades de Piracicaba, Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Ribeirão Preto, Bauru, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Cachoeira Paulista. "A experiência com a cidade de Campinas nos dá condições de ampliar a ANSP2. Pretendemos iniciar o segundo semestre de 2000 com todas as cidades interligadas", afirma Glaser.

Apesar do entusiasmo, dificuldades técnicas podem adiar alguns alguns passos do projeto. 0 evento de lançamento da RMAV-SP e REMET-Campinas só não foi completo porque o cabo de fibra óptica que liga a cidade de Campinas a São Paulo, apresentou dificuldades técnicas e impossibilitou o lançamento do Multicom (conexão das REMA de São Paulo e RE-MET de Campinas com capacidade de 2,5Gbps). "Nossa interligação com Campinas está sendo feita por uma linha telefônica dedicada à Internet, que nos permite trafegar a 34 Mgbps. Mas acreditamos que esse problema esteja resolvido até o começo do próximo ano.", explica Glaser.

Com a possibilidade de aumento do tráfego na rede acadêmica do Estado de São Paulo, a Fapesp já pensa na atualização da estrutura da rede. "Os equipamentos que utilizaremos na montagem da rede estão preparados para um up grade (aumento da sua capacidade).", explica Glaser. 0 coordenador da Advanced ANSP ainda lembra que a rede está operando com capacidade máxima de 2,5 Gbps, em cerca de cinco anos. "Até lá equipamentos com capacidade muito superior estarão disponíveis no mercado. Os fabricantes já falam em produzir equipamentos para suportar taxas de transmissão de 10 Terabits", comenta Glaser.

fonte: http://www.gazetamercantil.com.br/

Consulta em noticias

 


Notícias relacionadas:

Democratização do conhecimento

O Projeto da Internet2 brasileira prevê a interligação entre 14 cidades, para teleducação e telemedicina, revolucionando a rede pública

[Gazeta Mercantil, 21.12.1999]

Usuário comum será beneficiado

[Gazeta Mercantil, 21.12.1999]

Cirurgia através do Computador

[Gazeta Mercantil, 21.12.1999]

Equipe da Unicamp reúne 50 pessoas

[Gazeta Mercantil, 21.12.1999]